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Merkel encara sombra de críticas por vigilância ao tentar reeleição

Alemães cobram chanceler por exposição a espiões estrangeiros

DO "GUARDIAN", EM BERLIM

"Merkel, pare de nos vigiar!", afirmava uma faixa erguida por um grupo de manifestantes ruidosos que obrigaram a chanceler alemã, Angela Merkel, a elevar a voz no lançamento de sua campanha eleitoral, anteontem.

Mal conseguindo ocultar a irritação, ela se esforçou para se sobressair apresentando promessas para um terceiro mandato no comando da maior economia da Europa.

Mas os alemães querem garantias de outro tipo. As revelações feitas pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden mergulharam a Alemanha em ultraje. As desconfianças em relação ao governo são tão fortes quanto nunca e ameaçam prejudicar o esforço de Merkel pela reeleição.

Embora domine as pesquisas de intenção de voto, a chanceler sabe que a cólera dos eleitores ainda pode gerar surpresas desagradáveis no pleito de 28 de setembro, que ela avisou que será "muito, muito apertada".

"Todas as suspeitas levantadas foram desfeitas", disse o ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, ao dizer que tinha sido informado de que agências britânicas e americanas "tinham respeitado as leis alemãs na Alemanha".

Mas críticos observam que respeitar as leis alemãs em solo alemão não impediria que agências estrangeiras acessassem dados de comunicações alemãs on-line. A crise foi agravada pela aparente cumplicidade da agência de inteligência alemã, a BND, com o esquema.

"Estamos apenas no início da discussão", disse Frank-Walter Steinmeier, do Partido Social-Democrata (SPD), atual líder da oposição. "As garantias dadas não dizem respeito a dados tirados de servidores americanos."

Na Alemanha, a experiência de duas ditaduras nos últimos cem anos gerou uma sociedade que nutre uma desconfiança visceral da espionagem. A Constituição alemã contém medidas cuidadosas para frear o monitoramento por parte do Estado.

Se a coalizão de Merkel sair vitoriosa, ela poderá se tornar a mulher que por mais tempo governou um país europeu, superando a britânica Margaret Thatcher.


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