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Jornalistas têm conversas grampeadas

DA ENVIADA A GUANTÁNAMO

Na sala de imprensa da base naval de Guantánamo, cada repórter tem direito a uma mesa e a um telefone --o que é bastante conveniente, uma vez que nenhum celular americano funciona.

Os telefones das mesas, no entanto, são todos grampeados.

Pelo menos, o Departamento de Defesa, ao contrário da NSA (Agência de Segurança Nacional), avisa: "Não discuta informações confidenciais --este telefone está sujeito a monitoramento constante. O uso deste telefone implica consentimento com o monitoramento", diz adesivo nos aparelhos.

A vigilância em Guantánamo é constante. Só existem alguns poucos ângulos autorizados para se tirar fotos. Não se pode incluir mais de duas tendas em fotos ou vídeos, e a imagem não pode mostrar torres de controle, localização da planta de dessalinização ou o tribunal onde ocorre o julgamento.

Todas as fotos e os vídeos são examinados por militares americanos, que filtram e editam as imagens.

Os jornalistas precisam assinar um documento dizendo que concordam em cumprir as regras.

"As regras são estabelecidas para proteger a segurança operacional, além da integridade das comissões militares", explica o Pentágono no conjunto de regras.

Não se pode andar por Guantánamo sem um "acompanhante" militar --a exceção é para ir a um dos vários restaurantes do local, em geral cadeias de fast food, como McDonald's e Pizza Hut.

Dentro do tribunal, o monitoramento é ainda maior. Não se pode entrar com celular, gravador, câmera, USB ou comida. Só água, papel e caneta.

Já foi pior. Michelle Shephard, repórter do canadense "Toronto Star" e veterana de coberturas em Guantánamo, conta que repórteres que usavam sutiã com arame eram sujeitas a revista especial.

"Eles nos revistavam e levantavam o arame para ter certeza de que não estava solto", conta. "No mínimo, deviam achar que a gente ia arrancar arame do sutiã e passar para o KSM através do vidro duplo do tribunal", brinca.

Quando ela esteve no local em 2008, os repórteres não podiam levar mais de uma caneta para o tribunal, nem bloquinhos com arame.

Os jornalistas estão restritos entre as barracas, a sala de imprensa e o tribunal. As barracas são muito confortáveis, apesar do ar-condicionado ártico.

E há chuveiros e banheiros que, apesar de não apresentarem muita privacidade, são impecavelmente limpos. (PCM)


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