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Análise

Mesmo com ajuda saudita, militares do Egito continuarão dependentes dos EUA

ERIC SCHMITT DO "NEW YORK TIMES"

O dinheiro pode parecer uma ninharia para o Egito, uma economia que movimenta US$ 256 bilhões ao ano. Mas o US$ 1,3 bilhão em assistência militar que os Estados Unidos fornecem ao país a cada ano representa o principal acesso às armas caras e sofisticadas que as Forças Armadas egípcias adoram.

O Egito gosta tanto dos helicópteros de ataque Apache, dos tanques M1A1 e dos caças F-16 que os exasperados adidos militares dos EUA no país vêm insistindo há anos para que os generais deixem de lado as armas de guerras passadas e invistam a maior parte das verbas americanas em segurança de fronteira, combate ao terrorismo e equipamentos de vigilância.

Mesmo que a Arábia Saudita e as demais monarquias do Golfo Pérsico compensem a suspensão de qualquer assistência americana, Washington impediria que o Egito usasse esse dinheiro para comprar armas americanas --um sério problema de longo prazo para as Forças Armadas, que negligenciaram o treinamento de seus pilotos a tal ponto que a Aeronáutica egípcia tem um dos maiores índices mundiais de acidentes para sua frota de F-16.

O que os generais egípcios mais temem é o corte das centenas de milhões de dólares em contratos de manutenção básicos, mas essenciais, que mantêm os tanques, helicópteros e caças em operação.

No passado, os custos de manutenção representavam cerca de 15% do total da assistência militar americana ao Egito, de acordo com o Serviço de Auditoria do Governo dos Estados Unidos.

"As peças sobressalentes e a manutenção de equipamento militar que concedemos aos egípcios são importantes para suas capacidades", disse o senador John McCain, republicano do Arizona, à rede de notícias CNN, domingo.

Ou, como disse esta semana Robert Springborg, professor da Escola de Pós-Graduação da Marinha, em Monterey, Califórnia, e especialista nas forças armadas egípcias, "sem o dinheiro de manutenção, os aviões não voam e os tanques não andam".

É claro que, se o fornecimento de peças sobressalentes e serviços de manutenção americanos for suspenso, o Egito poderia usar peças de sua frota existente de tanques, caças e helicópteros para manter ao menos parte dos veículos em operação --por alguns meses ou até mesmo por alguns poucos anos, dizem especialistas em suprimento militar.

Sem ameaça externa às fronteiras, o governo não estaria ameaçando a segurança caso agisse assim.

Ao mesmo tempo, cortar a assistência militar cria complicações específicas para os EUA e pode envolver o governo Obama em uma complicada disputa contratual com as companhias de defesa.

O governo disse ao Congresso recentemente que cancelar contratos de armas e manutenção poderia forçar a administração a pagar indenizações de até US$ 2 bilhões.

Representantes do governo Obama insistiam até ontem que todos os aspectos do relacionamento com o Egito estavam sob revisão, entre os quais a assistência militar, mas o porta-voz da Casa Branca não respondeu a perguntas sobre uma possível suspensão da assistência durante a revisão.


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