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Cruzamento em Washington simboliza mudanças desde morte de Luther King

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O cruzamento das ruas 14 e U é hoje um dos mais movimentados e boêmios em Washington.

Mas foi ali que horas depois do anúncio do assassinato de Martin Luther King, em 4 de abril de 1968, em Memphis, aconteceu a mais violenta revolta popular no país pela morte do líder pacifista.

Nesta semana, os EUA celebram 50 anos da marcha comandada por Luther King a Washington, em que proferiu seu famoso discurso "Eu tenho um sonho", em prol de direitos para os negros.

Na quarta-feira, haverá um grande ato com a presença do presidente Barack Obama.

O cruzamento simboliza as grandes transformações pelas quais passou a cidade desde a era de Luther King.

No dia da morte do ícone dos direitos civis, milhares de pessoas se reuniram espontaneamente, em sua maioria negras, para protestar.

Durante cinco dias, exigiram que comerciantes da região fechassem as portas em sinal de luto.

O confronto racial degringolou para saques e incêndios. No dia seguinte, a Casa Branca mandou para a rua 13.600 soldados para reforçar a segurança. O então chefão do FBI, J. Edgar Hoover, sugeriu que a polícia abrisse fogo contra a multidão, mas a ideia não foi aceita. Doze pessoas morreram, quase todas vítimas de incêndios.

Washington demorou décadas para se recuperar.

A rua 14 virou um deserto de escombros e se tornou a principal zona de prostituição da cidade. Nos anos 80, com a epidemia de crack, várias casas abandonadas viraram refúgio para viciados.

Parte da população branca migrou para os subúrbios e a população negra com maior poder aquisitivo fugiu da área também. Os únicos negócios que se instalaram eram borracharias, oficinas mecânicas e lavanderias.

Com o fim da epidemia de crack e a abertura de duas estações de metrô nos anos 90, a região atraiu o interesse do mercado imobiliário.

Hoje tem um dos metros quadrados mais caros da capital americana --e uma população majoritariamente branca.


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