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Novo chanceler ganhou prestígio com presidente em cúpula ambiental

Luiz Alberto Figueiredo Machado conquistou Dilma quando foi negociador-chefe da Rio+20

Para alguns, diplomata tem fama de 'durão'; especializado em meio ambiente, ele demonstra interesse em outras áreas

ISABEL FLECK DE SÃO PAULO

Até a conferência ambiental Rio+20, em junho de 2012, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, 58, que assumirá o posto de chanceler no lugar de Antonio Patriota, era praticamente um desconhecido fora do meio diplomático.

Seu papel como negociador-chefe da cúpula e seu atribuído sucesso para atingir um consenso entre potências, emergentes e países em desenvolvimento no documento final do encontro, catapultaram seu nome entre os países mais envolvidos no debate. E no Planalto.

A presidente Dilma Rousseff já tivera um contato com Figueiredo em 2009, quando ele foi o negociador do Brasil na conferência do clima de Copenhague, a COP-15 --ela, então ministra da Casa Civil, chefiou a delegação brasileira.

Mas foi no encontro do Rio que sua atuação chamou a atenção da presidente. O documento final do encontro, criticado por muitos pela "pouca ambição", foi elogiado por Dilma publicamente.

Para alguns diplomatas, Figueiredo é visto como "durão", dono de um estilo mais incisivo de negociar.

No fim da Rio+20, ele foi incisivo ao defender o texto das críticas da União Europeia (UE), em especial, da Alemanha: "Quem exige ambição de ação e não põe dinheiro sobre a mesa está sendo pelo menos incoerente".

Seu desempenho garantiu a indicação, um ano depois, para dirigir a representação do Brasil nas Nações Unidas, em Nova York --cargo de maior prestígio entre as missões multilaterais.

Assim que soube que iria assumir o posto na representação para a ONU, começou a sondar colegas das mais diferentes áreas sobre temas que são recorrentes nos corredores das Nações Unidas, como Oriente Médio.

Para isso, usava o horário do almoço: ao contrário de muitos diplomatas, enquanto trabalhou em Brasília, Figueiredo gostava de frequentar o restaurante do Itamaraty e trocar ideias com colegas.

"A curiosidade e a vontade de aprender com outros mostra uma humildade intelectual que é importante para quem vai assumir um cargo como esse", afirmou à Folha um diplomata sênior, que o considera uma pessoa "extremamente afável e agradável".

Formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o carioca se especializou na área de meio ambiente e desenvolvimento sustentável nos 33 anos de carreira diplomática.

Foi subsecretário do Itamaraty para Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia entre 2011 e janeiro de 2013, quando foi nomeado para a missão na ONU.

Ele, contudo, assumirá o Itamaraty sem nunca ter assumido uma embaixada do Brasil no exterior (a ONU é uma "missão"), o que pode ser visto como um problema --o próprio Patriota foi questionado, quando indicado, por ter sido apenas embaixador em Washington antes de se tornar chanceler. Na década de 90, trabalhou nas embaixadas de Santiago (1989-1992), Washington (1996-1999) e Ottawa (1999-2002).


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