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Colegas do Itamaraty veem ato 'heroico'

NATUZA NERY DE BRASÍLIA

Quando diplomatas brasileiros tomaram conhecimento de que o colega Eduardo Saboia ajudara o senador Roger Pinto Molina a fugir da Bolívia, ao menos uma parte da burocracia do Itamaraty apoiou sua atitude.

Sob condição do anonimato, a Folha teve acesso a mensagens trocadas por diplomatas da ativa em uma lista de e-mails. A crítica aberta é rara, por ser considerada quebra de hierarquia no órgão.

Entre as diversas menções favoráveis, Saboia é classificado como "herói" e "corajoso" nas manifestações reservadas.

Na lista de razões, diz-se que ele decidiu tomar uma atitude diante da atuação "reativa e burocrática" do Itamaraty sobre o caso, e que serviu de "exemplo" aos mais novos.

Alguns colegas também reprovaram o fato de o nome de Saboia ter sido divulgado pelo ministério em nota à imprensa. Em geral, costuma-se omitir a identidade para não expor servidores da pasta.

Nos bastidores, o caso divide a diplomacia brasileira. Se, para uns, Saboia errou por supostamente agir sem autorização superior, ele, para outros, só fez o que o ministério deveria ter feito.

Nos corredores do Itamaraty, o caso é comparado, em tom de brincadeira, ao filme "Argo", que mostra a fuga, do Irã, de funcionários da embaixada dos EUA após invasão da representação, em 1979.

Colegas afirmam que ele se tornaria embaixador celeremente, mas que o episódio pode frustrar esses planos.

Também no Facebook, diplomatas da ativa louvaram a atitude de Saboia.

"Foi uma atitude corajosa, ainda mais diante da decepcionante atuação do Itamaraty", disse à Folha um diplomata sênior com posto na Europa.


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