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Obama pede continuidade do legado de King

Na comemoração dos 50 anos do famoso discurso "Eu tenho um sonho", presidente defende 'vigilância contínua'

Diante de 100 mil pessoas, primeiro negro a chegar à Casa Branca diz que país mudou para as minorias

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O presidente americano, Barack Obama, pediu ontem que os EUA "terminem o trabalho inacabado" de Martin Luther King, nas comemorações de 50 anos da "Marcha por Empregos e Liberdade", em Washington, onde o ícone negro fez seu famoso discurso "Eu tenho um sonho".

Em uma tarde chuvosa, acompanhado pelos ex-presidentes Bill Clinton e Jimmy Carter e por toda a família de Luther King, Obama discursou no mesmo lugar que o pastor, as escadarias do memorial ao presidente Lincoln.

As desigualdades econômicas, o desemprego e a pobreza, temas presentes no discurso de King, tiveram mais espaço que o preconceito racial na fala de Obama.

"Para garantir as vitórias que este país fez é necessária vigilância contínua, não complacência", discursou, diante de estimadas 100 mil pessoas no Mall (o equivalente ao Eixo Monumental de Washington). "A mobilidade social se tornou mais dura".

Obama disse que os pobres do país ainda sofrem com a "violência perene" e saúde pública "inadequada".

"Nós podemos alimentar os famintos e abrigar os sem-teto", afirmou, apontando que os desafios para os trabalhadores americanos mudaram muito com a "tecnologia e pela globalização".

Ao falar de raça, disse que o "sistema judicial criminal não pode ser simplesmente um canal ligando escolas com poucos recursos a cadeias lotadas".

Sobre minorias, disse que a América mudou para "mulheres, nativos americanos, asiáticos, latinos. Católicos, judeus e muçulmanos. Para os gays".

Ele ainda alegou que quem diz que pouco mudou no país está desonrando o sacrifício dos antepassados. "Até a Casa Branca mudou", destacou.

Ao longo do dia, várias emissoras repetiram o discurso original de Martin Luther King, "Eu tenho um sonho", que o pastor fez aos 34 anos de idade, pouco menos de cinco anos antes de ser morto.

Em cinco décadas, o panorama político do país mudou completamente. Após a aprovação da Lei de Direitos Civis pelo democrata Lyndon Johnson, o antigo Sul democrata virou majoritariamente republicano até hoje.

Os negros deixaram de votar no partido Republicano de Lincoln, que acabou com a escravidão, e 90% deles votam em presidenciáveis democratas.

Falando antes de Obama, o ex-presidente Bill Clinton disse que uma grande democracia não é "onde é mais difícil ter o direito a voto do que comprar uma arma de fogo". Ele se referia a mudanças em Estados do Sul que dificultam o voto das minorias.


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