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Parlamento britânico rejeita ação na Síria

Votação praticamente exclui Reino Unido de ataque a Bashar al-Assad, que deve ser realizado nos próximos dias

Pressionado, Cameron reconheceu não ter certeza de que Assad tenha usado armas químicas contra civis

BERNARDO MELLO FRANCO LEANDRO COLON DE LONDRES

O Parlamento britânico rejeitou ontem proposta do primeiro-ministro conservador David Cameron que abriria caminho para o Reino Unido participar de uma ação militar na Síria.

O texto foi derrubado por 285 votos a 272, na maior derrota do premiê desde que tomou posse, em 2010. O resultado praticamente inviabiliza a adesão do país a um ataque comandado pelos EUA.

Cameron disse aceitar o resultado e prometeu não usar a chamada prerrogativa real, que permitiria uma ação sem o aval dos parlamentares.

"Ficou claro para mim que o Parlamento, refletindo as visões da população, não quer ver uma ação militar britânica. O governo vai agir de acordo", afirmou.

Além da oposição trabalhista, parte das bancadas do Partido Conservador e do Liberal-Democrata, que apoia o governo, votou contra. Quando o placar foi divulgado, alguns deputados gritaram: "Renuncie!".

Segundo o jornal "The Daily Telegraph", é a primeira vez que o Parlamento rejeita uma proposta de ação militar em mais de 50 anos. O último caso havia sido na crise de Suez, em 1956.

Cameron não convenceu os parlamentares de que a intervenção seria diferente da Guerra do Iraque, em 2003.

Há dez anos, o então premiê trabalhista Tony Blair foi acusado de mentir sobre a existência de armas de destruição em massa para aprovar o ataque a Saddam Hussein. O caso foi lembrado por parlamentares do governo e da oposição.

Pressionado, Cameron reconheceu que não tem provas definitivas do papel do ditador Bashar al-Assad nos ataques com armas químicas na periferia de Damasco, no último dia 21. "No fim, não há 100% de certeza sobre quem é responsável. Você tem que fazer um julgamento."

Mais cedo, Cameron sustentara que um possível veto de Rússia e China no Conselho de Segurança da ONU não deveria impedir uma ação. Ele disse que o princípio da intervenção humanitária legitimaria o ataque.

O líder da oposição, Ed Miliband, disse que as provas deveriam ser apresentadas antes da decisão, e não o contrário. O diretor de comunicações do governo, Craig Oliver, acusou-o de sair em "socorro" ao ditador sírio.

ESTADOS UNIDOS

Uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional disse que os EUA continuarão consultando o Reino Unido, mas "as decisões do presidente Obama serão guiadas pelos interesses americanos".


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