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Obama aguarda Congresso para atacar Síria

Presidente diz ter decidido realizar intervenção militar, mas quer aprovação de congressistas para a operação

Ele diz que decisão foi tomada em retaliação a ataque químico e pode ser executada a qualquer momento

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem que decidiu realizar uma intervenção militar contra o regime sírio em resposta ao suposto ataque com armas químicas ocorrido em Damasco no último dia 21. No entanto, ele disse que irá pedir aval do Congresso para a ação.

Em pronunciamento ao lado do vice, Joe Biden, Obama disse que o país está pronto para o ataque e que a medida pode ser executada "amanhã, na próxima semana ou dentro de um mês". "Estou preparado para dar esta ordem", informou.

O Senado deve começar a debater a questão já na próxima semana, segundo o chefe da maioria democrata da casa, Harry Reid. Já a Câmara, dominada pela oposição republicana, iniciará os debates no dia 9 de setembro, anunciou seu presidente, John Boehner.

Ciente dos riscos da consulta, Obama fez menção à movimentação do Parlamento britânico, que, há poucos dias, vetou a participação do Reino Unido na ação.

"Eu acredito que tenho autoridade para levar adiante a ação militar sem uma autorização específica do Congresso, mas o país será mais forte e as ações mais eficazes dessa forma", disse.

Após a Guerra do Vietnã, o Congresso americano aprovou uma resolução que obriga o presidente a obter autorização para intervenções militares superiores a dois meses. Mas, na prática, a maioria considera a cláusula inconstitucional.

Conforme já havia informado na sexta, Obama repetiu que a ação não levará tropas terrestres e terá foco e duração restritos. Ele ainda admitiu que se sente à vontade em seguir adiante sem a autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o qual acusou de "paralisia" -- a Rússia, um dos principais aliados do ditador sírio, Bashar al-Assad, vem impedindo qualquer retaliação ao regime.

Além disso, os EUA também estão dispostos a não esperar pelas conclusões da equipe da ONU que deixou ontem a Síria, após inspeções em busca de provas do uso de armas químicas, que viola acordos internacionais.

A saída ocorreu um dia antes do previsto, e três locais que a equipe pretendia vistoriar não foram visitados.

O relatório final sobre a inspeção pode demorar cerca de duas semanas. Os EUA consideram, porém, já ter evidências suficientes de que Assad, há dois anos e meio em uma guerra civil com insurgentes que tentam derrubá-lo, realizou ataques químicos. O regime nega.

A maior dessas ofensivas, no último dia 21, deixou 1.429 mortos, entre os quais 426 crianças, segundo os EUA.

"Uma atrocidade cometida com armas químicas não deve ser simplesmente investigada. Tem de ser combatida", disse Obama.

O presidente também deixou claro que a intervenção serviria de exemplo a governos dispostos a violar outras resoluções internacionais, numa provável referência ao Irã e à Coreia do Norte, que os EUA acusam de tentar desenvolver armas nucleares.

"Que mensagem vamos deixar se um ditador pode intoxicar centenas de crianças impunemente?", questionou.


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