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China cita economia contra ação na Síria

Ataque americano poderia trazer alta do preço do petróleo e instabilidade global, diz vice-ministro das Finanças

Comunicado final do G20 não mencionará a Síria; Obama deve sair da cúpula isolado em relação a ofensiva

CLÓVIS ROSSI DO ENVIADO A SÃO PETERSBURGO

A economia mundial perderia algo em torno de 0,25 ponto percentual de crescimento no caso de preço do petróleo subir US$ 10, em caso de um ataque norte-americano à Síria. Equivale, grosso modo, a US$ 150 bilhões.

O aviso foi dado ontem por Zhu Guangyao, vice-ministro chinês de Finanças, antes da abertura da cúpula do G20.

"Uma ação militar definitivamente teria um impacto negativo na economia global, especialmente no que diz respeito ao preço do petróleo", afirmou o vice-ministro.

É uma questão em aberto saber se isso se trata de uma conta realista ou apenas de uma profecia de um dirigente de país que se opõe fortemente à intervenção militar já anunciada pelo presidente Barack Obama.

Declarações como esta sobram em São Petersburgo, mas só nos corredores e entrevistas coletivas. O comunicado final da cúpula, já virtualmente pronto, simplesmente não menciona a palavra Síria, o que se explica pelo fato de o G20 ser um clube de discussão econômica, que reúne as 20 maiores economias do planeta.

Se o presidente Obama pretendia obter algum apoio para a intervenção militar, sairá de mãos vazias: conseguiu, é verdade, declarações de condenação ao uso de armas químicas pela ditadura síria, mas nenhum dos parceiros prontificou-se, pelo menos até ontem, a participar da operação militar, exceção da França, que já manifestara apoio antes do G20.

Herman van Rompuy, o presidente do Conselho Europeu, admitiu que, fora a França, nenhum outro país do conglomerado agora de 28 nações, entrará na ação militar. Aliás, o próprio Rompuy disse que não há "solução militar" para a crise síria.

A solução teria que ser política e, de preferência, na forma de uma reunião, chamada de Genebra 2, entre o ditador Bashar al-Assad e os grupos que a ele se opõem. Mas a Rússia, proponente original da Genebra 2, já disse que não há mais clima para ela.

A Rússia é o mais ferrenho opositor ao caminho americano, o que foi reiterado ontem por Dmitri Peskov, porta-voz do presidente Vladimir Putin: o caminho para legitimar uma ação passa pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, insistiu.

Em todo o caso, Peskov cuidou de não dinamitar todas as pontes com Obama: primeiro, disse que as evidências até agora apresentadas pelos EUA sobre o uso de armas químicas "estão longe de ser convincentes". O repórter da CNN quis, então, saber se ele estava dizendo que Obama mentia. "Não foi isso que eu disse", respondeu.


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