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Defensor de senador boliviano é retido por 6 horas em aeroporto

Advogado de Roger Pinto Molina diz que documentos importantes para refúgio no Brasil foram fotografados

Episódio ocorreu quando Luís Vásquez Villamor tentava embarcar para São Paulo com cópias dos processos contra político

RUBENS VALENTE FILIPE COUTINHO DE BRASÍLIA

O advogado do senador Roger Pinto Molina na Bolívia, ex-senador Luís Vásquez Villamor, foi retido por cerca de seis horas no aeroporto Viru-Viru, de Santa Cruz de La Sierra, quando tentava embarcar para o Brasil.

Ele carregava documentos que ajudariam Molina no pedido de refúgio que tramita no Conare, órgão vinculado ao Ministério da Justiça do Brasil.

Opositor do governo Evo Morales, Molina está no país desde 24 de agosto. Antes, ele havia passado quase 15 meses asilado na embaixada brasileira em La Paz.

A operação que o trouxe para o país, comandada pelo diplomata Eduardo Saboia, resultou na queda do chanceler Antonio Patriota, que foi substituído no cargo por Luiz Alberto Figueiredo.

Villamor, que ficou retido no aeroporto das 9h às 15h de anteontem, perdeu o voo que o traria para São Paulo, de onde seguiria para Brasília.

O advogado de Molina no Brasil, Fernando Tibúrcio, disse que os funcionários da alfândega de Viru-Viru fotografaram os documentos em poder de Villamor, rasgaram uma das malas em busca de fundos falsos e usaram cães farejadores para inspecionar a bagagem.

"Há uma tentativa de cerceamento da defesa do meu cliente, inadmissível", disse Tibúrcio. O advogado afirmou que os documentos que Villamor carregava são cópias de processos a que Molina responde na Bolívia.

"Esses documentos mostram a persecução que estão fazendo com meu cliente, são importantes para o Conare entender a perseguição sofrida por ele", disse Tibúrcio.

O advogado também protestou contra a vinda para o Brasil, anunciada ontem na Bolívia, de uma equipe de funcionários do governo que pretende se reunir com o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) para apresentar "provas" dos processos contra Molina na Bolívia.

"Isso é uma interferência indevida. O Conare é soberano para julgar o processo. Essa delegação demonstra que o governo da Bolívia trata o tema de forma política. O governo brasileiro não pode aceitar esse tipo de interferência em assuntos internos do país", disse Tibúrcio.

A vinda da comitiva boliviana ao Brasil, segundo a imprensa de La Paz, foi "acordada" na reunião ocorrida na semana passada entre os presidentes Dilma Rousseff e Evo Morales, no Suriname.

Em entrevista ao jornal "La Razón", o vice-ministro de Governo, Jorge Pérez, afirmou que a razão do bloqueio de Villamor foi verificar se ele detinha "malas diplomáticas", o que seria irregular, já que ele não é diplomata.

A Embaixada da Bolívia em Brasília foi procurada no final da tarde de ontem para falar sobre a retenção do advogado de Molina. A Folha telefonou para os números disponíveis no site da embaixada na internet e também enviou um pedido de entrevista por e-mail, mas não houve resposta até a conclusão desta edição.

De acordo com o site, o horário de funcionamento da embaixada vai até 16h30. A reportagem procurou a embaixada após esse horário.


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