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Líderes da oposição do Irã esperam libertação
Sob novo presidente, eles já tiveram autorização para receber mais visitas
Exigências públicas pela soltura dos líderes ganham força com a eleição de Rowhani à Presidência, neste ano
Os líderes oposicionistas iranianos Mir Hossein Mousavi e Mehdi Karroubi estão vendo melhoras nas condições de sua prisão domiciliar, e suas esperanças de libertação estão crescendo.
Desde que Hasan Rowhani assumiu a Presidência do Irã, no mês passado, os dois, que estavam em prisão domiciliar sem julgamento há mais de dois anos, vêm recebendo tratamento melhor dos guardas e foram autorizados a receber mais visitas de familiares.
Recentemente, vêm surgindo notícias de que o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, concordou que o supremo conselho de segurança nacional decida quanto ao destino deles.
Mousavi e Karroubi, dois antigos candidatos à Presidência que alegaram manipulação dos resultados na eleição iraniana de 2009, foram colocados sob prisão domiciliar na metade de fevereiro de 2011, quando apelaram por protestos de rua em solidariedade aos movimentos democráticos do Egito e da Tunísia. A linha-dura do Irã se refere aos dois como líderes da "sedição".
Mousavi está detido em sua casa em Teerã, em companhia de sua mulher, Zahra Rahnavard, outra crítica aberta do governo iraniano.
Karroubi foi retirado de sua casa e levado a um imóvel que pertence às autoridades de segurança. Fatemeh, a mulher de Karroubi, que também estava em prisão domiciliar, foi libertada posteriormente.
Os dois homens sofrem de diversas complicações médicas, em parte por conta da idade. Ambos têm mais de 70 anos e foram hospitalizados nos últimos meses.
Mohammad Taghi Karroubi, filho de Mehdi Karroubi, disse que médicos de confiança das famílias dos líderes foram autorizados a atendê-los recentemente, ao contrário do que acontecia no passado, quando médicos escolhidos pelas autoridades cuidavam de sua saúde.
O crescente otimismo quanto à libertação dos líderes também deriva da indicação, nesta semana, do moderado Ali Shamkhani para a presidência do supremo conselho de segurança nacional, que decidirá sobre a prisão domiciliar.
Na terça-feira, Rowhani apontou Shamkhani, antigo ministro da Defesa no governo reformista do ex-presidente Mohammad Khatami, para presidir o supremo conselho de segurança nacional.
Shamkhani se recusou a condenar Mousavi e Karroubi depois de 2009 e acredita-se que seja moderadamente simpático aos reformistas.
As exigências públicas pela libertação dos líderes ganharam força desde a vitória de Rowhani na eleição deste ano. Políticos importantes, entre os quais Khatami e Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, mencionaram o caso.
Políticos da linha-dura sinalizaram que qualquer decisão sobre a situação deles dependerá de Khamenei.
A despeito dos desdobramentos, Mohammad Taghi Karroubi disse não acreditar que as autoridades libertem seu pai em breve, a não ser que decidam também libertar outros prisioneiros políticos. No começo do ano, seis importantes organizações de direitos humanos instaram Teerã a pôr fim à prisão domiciliar "arbitrária" dos dois veteranos políticos.
