Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Merkel tem vitória folgada na Alemanha

Chanceler conquista terceiro mandato à frente da principal economia da Europa, mas precisará formar coalizão

Alemã deverá ter como sua principal meta no novo governo resolver a crise econômica que atinge o bloco europeu

BERNARDO MELLO FRANCO ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

No poder há oito anos, a conservadora Angela Merkel venceu as eleições de ontem e conquistou de maneira folgada um terceiro mandato como chanceler da Alemanha.

Ela se fortaleceu para lidar com a crise na zona do euro e continuará a comandar a maior economia do bloco europeu pelo menos até 2017.

Sua primeira tarefa será buscar um novo aliado para governar. O parceiro na atual coalizão de centro-direita, FDP (Partido Liberal-Democrata), recebeu apenas 4,8% dos votos e não ultrapassou a cláusula de barreira (5%).

Com isso, a premiê terá que pedir apoio no campo da centro-esquerda. As opções são Verdes e SPD (Partido Social-Democrata), com quem ela já governou de 2005 a 2009.

O candidato do SPD, Peer Steinbrück, afirmou que "a bola está no campo de Merkel" para a montagem de uma "grande coalizão".

A conservadora disse que o momento era de festa e que as negociações só começariam ao fim da apuração.

Os números oficiais saíram por volta de 1h45 de hoje em Berlim (20h45 de ontem em Brasília), mas a divisão das cadeiras no Parlamento ainda não estava fechada.

O grupo político de Merkel, formado por CDU (União Democrata Cristã) e CSU (União Social Cristã), teve clara vantagem, com 41,5% dos votos.

Isso deve deixá-lo com 311 cadeiras, apenas cinco a menos que o necessário para formar maioria absoluta, segundo projeção da rede ZDF.

A chanceler deixou suas opções em aberto em mesa redonda na emissora. "Vamos deixar as especulações de lado e esperar", afirmou.

Steinbrück deixou claro que o SPD está disposto a integrar uma nova aliança, com divisão de poderes. Ele foi ministro das Finanças no primeiro mandato da chanceler, mas afirmou que não voltaria a servi-la no governo.

O grande derrotado da eleição foi o FDP, que ficará fora do Parlamento pela primeira vez desde a Segunda Guerra. "É o momento mais amargo e mais triste da história deste partido", disse Rainer Brüderle, dirigente da sigla.

Merkel tem uma parcela de responsabilidade pelo fiasco, já que desautorizou um apelo de última hora para que seus eleitores fizessem voto útil e salvassem os aliados.

O Partido de Esquerda (ex-comunistas) recebeu 8,6% e de tornou a terceira força na política alemã. Os Verdes ficaram atrás, com 8,4%.

O AfD (Alternativas para a Alemanha), que prega o fim do euro, teve 4,7% e não terá vaga no Parlamento.

COMEMORAÇÃO

Um coro de "Ganhou! Ganhou!" recebeu Merkel na sede do CDU, onde ela fez o discurso da vitória após a divulgação da boca de urna. Sob longos aplausos de simpatizantes, disse que seu último mandato foi um período de "sucesso" para a Alemanha.

"É um super-resultado. Vamos fazer tudo para que os próximos quatro anos sejam tão bem-sucedidos quanto os últimos quatro", afirmou.

No mesmo período, outros países da zona do euro, como Grécia e Portugal, mergulharam na crise e viram a taxa de desemprego decolar. Nesses locais, Merkel enfrenta forte rejeição e é apontada como culpada por cortes de salários e benefícios sociais.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página