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Justiça egípcia bane atividades da Irmandade Muçulmana no país

Decisão inclui congelamento de bens; partido diz que continuará

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

A Justiça do Egito baniu ontem todas as atividades organizadas pela Irmandade Muçulmana. Essa entidade islamita, fundada em 1928, funcionava desde março deste ano como uma ONG. A autorização para o funcionamento foi retirada por uma corte.

A decisão, anunciada pelo juiz Mohammed al-Sayed, também inclui o congelamento de bens da entidade.

Não estava claro, ontem, qual será o futuro do Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana. À Folha o porta-voz Ataf Abd al-Aziz afirmou que não haverá interferência.

A decisão da Justiça, porém, abre espaço para tais ações ao banir "qualquer instituição partindo da Irmandade ou pertencendo a ela", de acordo a mídia estatal.

O islamita disse, também, que a medida anunciada ontem terá pouco impacto sobre os seguidores da organização. "Nossos líderes estão sendo presos por um governo sem base legal. Essa é apenas mais uma ação sem justificativa, sem validade."

O banimento da Irmandade Muçulmana é de fato somente o passo mais recente na onda repressiva que tomou o Egito em 3 de julho, quando o presidente islamita Mohammed Mursi foi deposto pelas Forças Armadas.

Desde então, membros da organização têm sido perseguidos. Sua alta cúpula, incluindo Mursi, está detida.

Em agosto, um massacre na mesquita de Rabia al-Adawiya, onde islamitas realizavam protestos pacíficos, deixou centenas de mortos.

As manifestações, antes acompanhadas por massas em todo o país, foram esvaziadas pela ostensiva presença militar nas ruas e pelo decreto de toque de recolher.

Proibida de desempenhar suas atividades por décadas, a Irmandade foi fortemente reprimida na ditadura de Hosni Mubarak (1981-2011). Após a queda de Mubarak, a organização conquistou a Presidência nas primeiras eleições democráticas do Egito. A escolha, porém, desagradou aos setores seculares.


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