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Dilma pede à ONU para zelar pela segurança virtual

Após críticas à espionagem dos EUA, presidente diz que "nova guerra" pode ocorrer no mundo cibernético

Para ela, futuro da relação com os EUA depende de disposição americana de não repetir monitoramento

JOANA CUNHA DE NOVA YORK GABRIELA MANZINI ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK

Um dia após anunciar na Assembleia-Geral das Nações Unidas a sua disposição em estabelecer princípios globais para o uso da internet, a presidente Dilma Rousseff esclareceu que não quer propor o controle da rede, mas sim que ela seja preservada.

"Nós não estamos pedindo a interferência da ONU. Não estamos dizendo ONU, controle a internet'. Nós não concordamos com esse tipo de controle", afirmou Dilma. "Estamos dizendo ONU, preserve a segurança, não deixe que a nova guerra se dê dentro do mundo cibernético, com hackers e tudo'."

Em conversa com jornalistas, em Nova York, a presidente repetiu que um dos pontos mais importantes do novo Marco Civil da Internet será o estabelecimento da regra de que dados relativos a usuários brasileiros deverão permanecer armazenados em território nacional.

Sobre o escândalo de espionagem da NSA (Agência de Segurança Nacional americana), Dilma disse que "nada do que foi dito [em seu discurso à ONU] era do desconhecimento das autoridades americanas".

No discurso, a brasileira afirmou que as denúncias de que o governo americano mantém um abusivo aparato de espionagem (cujos alvos eram, entre outros, a própria Dilma e a Petrobras) "afrontam" os princípios da comunidade internacional e são uma "grave violação dos direitos humanos".

De acordo com Dilma, o futuro da relação entre Brasil e Estados Unidos "terá de ser construído" a partir da resposta que for dada.

"O que nós colocamos sempre é que era necessário primeiro [pedir] desculpas e, segundo, uma clara determinação de não acontecer [de novo]", disse.

Dilma questionou o fato de o autor do vazamento de informações sigilosas que fundamentou as denúncias, o ex-técnico da CIA Edward Snowden, trabalhar na agência havia tão pouco tempo.

"Como é que uma pessoa que é de uma empresa privada, que ficou quatro meses numa instituição, tem dados sobre o Brasil, sobre minha pessoa e as empresas brasileiras e cidadãos?", disse. "Então essa é a pergunta que vai ter de ser esclarecida não é para o Brasil, acho que é para vários países, e nós aguardaremos."

Na semana passada, Dilma decidiu pelo cancelamento de uma visita de Estado que faria ao presidente americano Barack Obama em outubro por "falta de apuração"sobre o episódio.

Ela repetiu, no entanto, que a relação bilateral "ultrapassa isso". "Ela tem inclusive sua dinâmica. Agora, era possível elevar esse patamar, e é isso que eu acho que tanto o presidente Obama quanto eu queremos. Agora, há que construir as condições."


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