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Agência espionou Martin Luther King e Muhammad Ali

NSA realizou escutas nos anos 60 por causa da oposição de ambos à Guerra do Vietnã

A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, atualmente envolvida em um escândalo de espionagem, gravou conversas de críticos proeminentes da guerra do Vietnã nos anos 60, entre os quais o ativista Martin Luther King e o ex-boxeador Muhammad Ali, revelam documentos sigilosos recentemente liberados.

As escutas incluíam ligações telefônicas e cabogramas de dois senadores no exercício de seus mandatos: Frank Church, democrata do Idaho, e Howard Baker, republicano do Tennessee --este último, misteriosamente, um dos mais firmes partidários do esforço de guerra norte-americano no Vietnã.

A NSA também interceptou comunicações internacionais de jornalistas conhecidos como Tim Wicker, do "New York Times", e Art Buchwald, escritor satírico que tinha coluna no "Washington Post".

Alem de King, uma segunda figura importante na luta pelos direitos civis, Whitney Young, da Liga Urbana Nacional, também teve suas comunicações interceptadas clandestinamente.

Ali, campeão mundial dos pesos pesados, foi colocado na lista de escutas por volta de 1967. Ele foi aprisionado por recusar a convocação para o Exército, perdeu seu título e foi excluído do boxe.

Acredita-se que tenha continuado a ser alvo de vigilância pelos próximos seis anos.

A agência fez grandes esforços para manter ocultas do público suas atividades, conhecidas como "Operação Minaret".

Todos os relatórios relacionados à operação eram impressos em papel sem logotipo da NSA ou outras marcas de identificação exceto o carimbo "apenas para uso informativo".

Os documentos eram entregues por mensageiro diretamente à Casa Branca, muitas vezes diretamente ao presidente Lyndon Johnson, que estabeleceu o programa em 1967, e seu sucessor, Richard Nixon.

A falta de fiscalização sobre o programa de escutas levou até mesmo a história oficial da NSA a concluir que a Operação Minaret havia sido "causa de descrédito, se não abertamente ilegal".

A Operação Minaret originalmente tinha por alvo traficantes de drogas e suspeitos de terrorismo, mas foi alterada, a pedido da Casa Branca, para rastrear as atividades políticas legítimas de pessoas que protestavam contra a guerra.


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