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Telefonema sela aproximação de EUA e Irã

Conversa entre os presidentes Obama e Rowhani configura o mais alto contato oficial mantido em 34 anos

Dirigentes conversam sobre início de uma série de negociações a respeito do programa nuclear iraniano

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os presidentes Barack Obama e Hasan Rowhani conversaram por telefone na tarde de ontem, o primeiro contato direto entre dirigentes de EUA e Irã desde a Revolução Islâmica, em 1979.

A histórica ligação, de cerca de 15 minutos, foi o ápice de semanas de um esforço de reaproximação que já havia reunido anteontem os chanceleres dos dois países, outro acontecimento inédito.

"Só o fato de essa ter sido a primeira comunicação entre um presidente americano e um iraniano desde 1979 já mostra a profunda desconfiança que há entre os nossos países, mas também indica a expectativa de seguir adiante", disse Obama.

Conforme a Casa Branca, a delegação iraniana informou ontem que Rowhani gostaria de falar com Obama pelo telefone, antes de deixar Nova York, e daí houve contato. O iraniano estava dentro de seu carro indo para o aeroporto quando recebeu a ligação.

Os dois já haviam trocado cartas. Chegou-se a cogitar que se encontrassem pessoalmente, em paralelo à Assembleia-Geral da ONU, o que os iranianos rejeitaram.

Obama, também de acordo com os americanos, iniciou o telefonema parabenizando Rowhani pelo cargo, do qual tomou posse em agosto. Ele aproveitou para tratar de três cidadãos americanos que estão presos no Irã, dizendo que quer vê-los livres, ao lado das famílias.

Na conversa, os dois ainda trataram dos "presentes esforços para chegar a um acordo a respeito do programa nuclear iraniano". Desde a posse do moderado Rowhani, houve uma série de acenos em direção ao Ocidente pela retomada do diálogo.

Está marcada para 15 e 16 de outubro que vem, na Suíça, uma reunião entre EUA, Irã, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha.

"Eu acredito que existe base para uma resolução", disse Obama, após a conversa com Rowhani. "O teste está em ações significativas, transparentes e verificáveis, que também aliviarão as abrangentes sanções internacionais hoje vigentes."

O Irã diz produzir energia nuclear com fins pacíficos, enquanto o Ocidente acusa o país de mascarar a busca por uma bomba. Tanto os EUA quanto Israel não descartam, inclusive agora, detonar uma ação militar para impedir que isso aconteça. Israel conta o Irã como um arqui-inimigo.

Ontem, Obama citou o Estado judaico afirmando que, durante a negociação, "manterá contato próximo com amigos e aliados na região".

Pelo Twitter, Rowhani disse que expressava "gratidão" a Obama "pela sua hospitalidade e pelo seu telefonema".

Contou que se despediu de Obama dizendo "tenha um bom dia" em inglês, ao que o americano respondeu com um "obrigado, khoda hafez" --"até logo", em farsi.


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