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ONU aprova resolução contra armas químicas sírias, mas sem punição

Conselho de Segurança adota por unanimidade texto prevendo destruição do arsenal de Assad

Documento não prevê opção militar imediata se for descumprido, como queria o governo de Barack Obama

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

O Conselho de Segurança da ONU aprovou na noite de ontem resolução para a eliminação do estoque de armas químicas da Síria.

O texto, que recebeu o suporte de todos os 15 membros do grupo, carrega a influência dos esforços russos para conter a disposição bélica americana e foi considerado brando por não autorizar a intervenção militar automaticamente no caso de o regime sírio descumprir o acordo.

O ponto vinha sendo um forte motivo de discórdia por várias semanas com a Rússia, aliada do ditador sírio, Bashar al-Assad.

A imposição de uma condição militar à resolução era um pedido dos EUA, que acusam o regime sírio de ter comandado um atentando químico em Damasco em 21 de agosto. Segundo a inteligência americana, o ato matou mais de mil pessoas, sendo mais de 400 crianças.

Assad atribui a responsabilidade aos rebeldes.

Desde então, os EUA iniciaram uma escalada de ameaças à Síria, que, de acordo com o presidente Barack Obama, levaria adiante a intervenção militar com ou sem o endosso do Conselho de Segurança.

Obama, entretanto, cedeu diante da proposta de solução diplomática que levaria a Síria a entregar seu arsenal.

A votação na ONU foi precedida da inclusão da Síria na Convenção de Armas Químicas, que proíbe o uso deste tipo de armamento.

Especialistas da Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas) devem começar a inspecionar o arsenal tóxico sírio na próxima terça-feira, como parte do cronograma para a eliminação do estoque até 2014.

Pela resolução da ONU, "nenhum grupo na Síria poderá utilizar, desenvolver, produzir, adquirir, estocar ou transferir armas químicas".

"A resolução histórica é a primeira notícia de esperança em tanto tempo", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Apesar do acordo, a ONU afirmou ontem que está investigando os relatos de outros sete diferentes usos de armas químicas na Síria.

Os inspetores já se encontram na Síria e devem concluir suas pesquisas até a próxima segunda-feira, 30 de setembro.

CRISE

O conflito na Síria foi iniciado em março de 2011 por manifestações pacíficas, posteriormente reprimidas pelas forças de segurança do ditador Bashar al-Assad.

A ONU calcula que houve mais de 100 mil mortes desde então. Ontem, um carro-bomba explodiu em local próximo à capital, Damasco.

Ao menos 30 pessoas foram mortas, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que tem base em Londres. Uma explosão diante da mesquita Al-Sahel, na cidade de Rankus, também feriu dezenas.


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