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NSA usa dados para traçar perfil de americano, diz NYT

Há três anos, agência faz análise que antes era restrita a alvos estrangeiros

Metadados telefônicos são cruzados também com informações bancárias e até de localização por GPS

DE SÃO PAULO

O "New York Times" revelou ontem que, desde 2010, a NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) submete dados telefônicos e de internet de cidadãos americanos a análises computacionais para elaborar gráficos identificando suas conexões, seus companheiros de viagens, sua localização em determinados momentos e outras informações pessoais.

Esses dados são ainda combinados com informações de fontes públicas, empresariais e outras para elaborar um perfil mais completo do alvo da espionagem. Como exemplo dessas outras informações, o "New York Times" cita códigos bancários, dados de seguros, perfis de Facebook e até localizações por GPS.

A revelação foi feita com base em documentos vazados pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden --que, desde junho, vem divulgando o alcance da atuação da agência-- e em conversas com outros ex-funcionários do governo.

O jornal diz ainda que esse tipo de análise era vetado até 2010, mas as restrições acabaram sendo levantadas para permitir a descoberta de conexões entre os alvos de monitoramento da NSA no exterior e pessoas nos EUA.

Antes, a agência já coletava os chamados metadados (que incluem, por exemplo, o registro dos números ligados e a localização e duração das chamadas, mas não seu conteúdo). No entanto, a análise computacional para o estabelecimento da rede de contatos era permitida apenas no caso de estrangeiros.

Segundo o "NYT", essa análise permite à agência descobrir os amigos e conhecidos das pessoas em questão, identificar onde elas estavam em determinado momento, obter pistas sobre filiações políticas ou religiosas e detectar comunicações sensíveis como a com um amante ou com um parceiro de conspiração.

"É o equivalente digital de seguir um suspeito", disse à publicação americana o professor Orin S.Kerr, da universidade George Washington.

O "NYT" informa ainda que a NSA vinha pressionando pelo menos desde 1999 para poder fazer esse tipo de análise de dados de americanos. Isso porque os agentes de inteligência ficavam frustrados por ter de interromper o monitoramento das redes de contatos de suspeitos no exterior quando ela levava a telefones ou emails de americanos.

Em 2006, novo pedido foi feito para a realização desse tipo de análise. Em 2008, o governo Bush deu sua autorização, e teve início um projeto piloto, com duração de um ano e meio. Em novembro de 2010, a política foi adotada de forma definitiva.

Em um memorando de 2011 sobre a mudança, foi explicado que os contatos de americanos poderiam ser rastreados desde que isso fosse importante para o trabalho de inteligência no exterior. Os detalhes não deveriam ser divulgados a outras agências, a não ser quando indispensável.

Os documentos obtidos de Snowden não revelam quantos cidadãos do país foram afetados pela medida.


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