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Naufrágio mata mais de cem na Itália

Embarcação levava entre 450 e 500 imigrantes africanos da Líbia para a ilha de Lampedusa; 200 estão desaparecidos

Após ficarem à deriva por pane no motor, passageiros ateiam fogo em cobertor e causam incêndio a bordo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um barco que levava entre 450 e 500 imigrantes da África para a ilha de Lampedusa, na Itália, naufragou após pegar fogo, deixando ao menos 114 mortos.

Cerca de 200 pessoas, no entanto, ainda estavam desaparecidas na noite de ontem --o que pode elevar o número de mortos para mais de 300.

Segundo a Agência de Saúde de Palermo, que coordena as operações de assistência aos imigrantes, 150 passageiros foram resgatados, entre eles dezenas de crianças e mulheres grávidas.

A tragédia ocorreu no segundo dia de viagem e quando os imigrantes --em sua maioria da Eritreia, Somália e Gana-- já estavam a menos de 1 km da ilha italiana.

A embarcação de madeira, com 20 metros de comprimento, saiu da cidade líbia de Misrata, a 350 km de Lampedusa. Quando o barco já estava próximo à ilha, o motor parou de funcionar e os imigrantes ficaram à deriva por horas na noite de quarta-feira.

Para chamar a atenção de outras embarcações, os imigrantes incendiaram um cobertor. O fogo se alastrou pelo barco, gerando pânico entre os passageiros, que se aglomeraram no canto oposto ao incêndio.

Com a movimentação, o barco virou e afundou. Seus destroços foram encontrados a cerca de 550 metros da costa de Lampedusa e a 40 metros de profundidade.

"O barco estava em chamas e muitos de nós já tinham pulado na água em meio aos gritos quando ele virou de cabeça para baixo", disse um sobrevivente ao jornal italiano "La Repubblica", destacando que "não havia espaço para se mexer" na embarcação.

O diretor dos serviços de saúde de Lampedusa, Pietro Bartolo, disse que 94 corpos tinham sido resgatados ontem. Outros 20, segundo a Associated Press, foram encontrados por mergulhadores da Guarda Costeira. "Nós precisamos de caixões, não de ambulâncias", afirmou Bartolo.

O papa Francisco, que esteve na ilha em julho passado, justamente para mostrar ao mundo o drama da imigração, disse que o "enésimo trágico naufrágio" na costa italiana é "uma vergonha".

Segundo a prefeita da ilha, Giusi Nicolini, um sobrevivente, que seria o responsável pelo transporte ilegal, foi preso.

Lampedusa é um dos principais destinos dos imigrantes, pela proximidade com a África --a ilha está a apenas 113 km da costa da Tunísia. Com a Primavera Árabe, onda de revoltas em países da região, o fluxo de imigrantes aumentou consideravelmente.

O Acnur, agência da ONU para refugiados, estima que 8.400 imigrantes chegaram à Itália e à ilha de Malta no primeiro semestre de 2013. Cerca de 40 morreram na travessia.


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