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Republicanos culpam Obama por crise
Presidente da Câmara diz que partido não quer governo 'paralisado' por fracasso em negociação do Orçamento
Obama não se mostra disposto a ceder aos republicanos e cancela viagem pela Ásia para 'pressionar' oposição
Em mais um dia sem chegar a um acordo no Congresso americano sobre o Orçamento do novo ano fiscal, foi a vez de os republicanos da Câmara acusarem o presidente Barack Obama de não ceder nas negociações.
"O povo americano não quer o governo paralisado. E eu também não", disse o republicano John Boehner, presidente da Câmara.
Sem a aprovação das contas, o governo teve de paralisar boa parte de suas atividades, concedendo folga forçada a cerca de 800 mil funcionários federais.
"Tudo que estamos pedindo é para termos uma discussão para reabrir o governo e mostrar integridade à população", afirmou Boehner.
Obama respondeu em uma lanchonete perto da Casa Branca, onde foi almoçar com o vice, Joe Biden. "Se Boehner simplesmente permitisse que a votação [do Orçamento] ocorresse, poderíamos acabar com isso", disse. "Enquanto os funcionários estão fora de seu trabalho, ninguém sai ganhando."
Obama acusa a oposição de usar o impasse para tentar travar o plano universal de saúde, conhecido como Obamacare, aprovado em 2010 e ratificado pela Suprema Corte em 2012.
Os republicanos só aceitariam aprovar as contas se o governo fizesse cortes no plano de saúde e adiasse sua vigência --algo a que Obama e o Senado, de maioria democrata, se opuseram.
A esse impasse se soma uma crise considerada ainda mais grave. O Congresso tem até o dia 17 para entrar em acordo em relação ao teto do endividamento do governo, sob risco de calote.
"Os americanos esperam que, se vamos elevar o montante que podemos tomar emprestado, devemos fazer algo sobre o problema dos gastos", disse Boehner.
A Câmara deve votar hoje um projeto para que servidores federais sejam pagos ao retornarem ao trabalho.
O impasse levou Obama a cancelar viagem pela Ásia, que incluía o fórum da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico). A Casa Branca diz que ele fica para "pressionar os republicanos".