Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Limbo jurídico impede EUA de priorizar captura de terroristas

SPENCER ACKERMAN DO "GUARDIAN"

Os ataques dos EUA contra suspeitos de terrorismo na África no fim de semana são um teste sobre uma possível mudança de ênfase nas operações do governo Obama.

No lugar das "mortes dirigidas", em geral feitas por drones (aviões não tripulados), entra a captura de suspeitos de terrorismo.

A de Abu Anas al-Libi, suposto agente da Al Qaeda acusado de atentados contra embaixadas no leste da África em 1998, também parece servir de teste sobre se Obama optará pelos tribunais civis para julgar suspeitos de terrorismo.

Um provável prólogo para o caso de Libi aconteceu em abril de 2011, quando os EUA capturaram Ahmed Abdulkadir Warsame na costa da Somália e o mantiveram a bordo do navio USS Boxer por quase três meses para interrogatório. Só depois a Marinha o entregou à Justiça para responder às acusações de terrorismo.

Em março, o Departamento de Justiça revelou que Warsame havia admitido culpa nas nove acusações contra si.

Informações que ele teria fornecido aos interrogadores aparentemente contribuíram para a operação que, em setembro de 2011, resultou na morte de Anwar al-Awlaki, cidadão americano e clérigo propagandista da Al Qaeda no Iêmen.

Um motivo para que as capturas de suspeitos de terrorismo venham sendo raras é o limbo que cerca a política americana de detenção neste momento.

Julgar em tribunais civis acusados de terrorismo, especialmente os capturados no exterior, continua a ser uma questão controversa no Congresso americano, especialmente entre os republicanos. O mesmo se aplica aos esforços infrutíferos de Obama para fechar a prisão de Guantánamo.

Ao mesmo tempo, submeter Libi a um julgamento militar deflagraria críticas internacionais e da esquerda, segmentos que costumam considerar que a Justiça militar não respeita da forma devida os direitos processuais.

Autoridades do setor de operações especiais mencionaram a inércia quanto à política de detenções como fator para a preferência por matar suspeitos de terrorismo em lugar de capturá-los.

Em junho de 2011, depois que a detenção de Warsame se tornou pública, o almirante William McRaven, hoje chefe do Comando de Operações Especiais, instou publicamente o governo e o Congresso a definirem uma política que suas forças de elite pudessem implementar.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página