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Dilma intercede por brasileira na Rússia
Presidente pede que chanceler estabeleça 'contato de alto nível' para encontrar 'solução' para Ana Paula Maciel
Ativista do Greenpeace foi detida no dia 19 após protesto no Ártico; ela e outras 28 pessoas são acusadas de pirataria
A presidente Dilma Rousseff pediu que o Ministério das Relações Exteriores acione o governo russo para encontrar uma "solução" para o caso da ativista Ana Paula Maciel.
Ana Paula, 31, é a única brasileira entre os 30 tripulantes do navio Arctic Sunrise, do Greenpeace, que foram detidos na Rússia no dia 19, após um protesto em uma plataforma petrolífera no Ártico.
Eles são acusados de pirataria, crime que pode resultar em uma condenação de até 15 anos de prisão.
A presidente falou com o chanceler Luiz Alberto Figueiredo na manhã de ontem sobre o assunto e aguarda uma posição daquele país.
"Determinei ao @MREBRASIL [Ministério das Relações Exteriores] que desse toda assistência à brasileira Ana Paula Maciel, detida na Rússia durante protesto ambiental", informou Dilma por meio do microblog Twitter.
"Solicitei ao ministro Figueiredo contato de alto nível com o governo russo para encontrar solução para Ana Paula", continuou.
Os trinta detidos --28 ativistas do Greenpeace e dois jornalistas que acompanhavam o protesto-- estão na cidade de Murmansk, no norte da Rússia. Eles foram presos após dois integrantes terem tentado escalar uma plataforma de petróleo da russa Gazprom.
A Justiça decretou a prisão preventiva do grupo por dois meses para dar continuidade às investigações.
Ontem, Ana Paula conseguiu autorização para falar por telefone com a família.
Segundo o embaixador do Brasil na Rússia, Fernando Mello Barreto, a autorização foi obtida por uma diplomata da embaixada que está desde anteontem em Murmansk.
"A diplomata conseguiu autorização para visita consular à Ana Paula Maciel. Encontrou-a bem e interessada em ter informações", disse.
Barreto afirmou ainda que a brasileira pôde receber material para leitura, "inclusive um livro sobre a língua russa".
DROGAS
Mas a situação dos 30 detidos pode se complicar, pois autoridades russas dizem ter encontrado drogas no navio.
O porta-voz do comitê russo que investiga o caso, Vladimir Markin, afirmou que foram localizadas morfina e bulbos de papoula.
De acordo com a legislação russa, a pena por porte de drogas vai de multa a dez anos de prisão. Se for considerado tráfico, poderia chegar a prisão perpétua.
O advogado do Greenpeace Mikhail Kreindlin nega a acusação. Ele diz que "o barco se encontra há muito tempo sem tripulação e sob controle de gente desconhecida".
O grupo alega ainda que o protesto ocorreu pacificamente e sem se apropriar de bens alheios, o que inviabilizaria a acusação de pirataria.
