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Órgão contra arma química leva Nobel da Paz

Destacada para destruir arsenal sírio, Opaq foi agraciada pelo esforço contra esse tipo de armamento, diz comitê

Anúncio do prêmio frustrou expectativa de que ganhadora fosse Malala, a adolescente baleada pelo Taleban

LEANDRO COLON DE LONDRES

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), criada em 1997 e com sede em Haia (Holanda), levou o Nobel da Paz de 2013.

O prêmio à Opaq, que frustrou expectativas pela escolha da adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, foi anunciado ontem em Oslo, na Noruega. A entidade foi agraciada, informou o comitê do Nobel, pelo seu esforço para acabar com as armas químicas no mundo --a Opaq acaba de ser destacada para o processo de destruição do arsenal químico da Síria.

"Os acontecimentos na Síria, onde as armas químicas foram novamente colocadas em uso, enfatizam a necessidade de aumentar os esforços para acabar com elas", diz um trecho do anúncio.

A organização põe em prática a Convenção contra Armas Químicas, que baniu o seu uso. Seu primeiro diretor-geral foi o brasileiro José Maurício Bustani, hoje embaixador do Brasil na França. Em entrevista à Folha, ele celebrou o resultado e avaliou a atuação da Opaq até hoje (leia texto nesta página).

A Opaq já fez mais de 5.000 inspeções em 86 países. O comitê do Nobel alertou que EUA e Rússia não cumpriram a meta de eliminar suas armas químicas até abril de 2012 --os dois países ainda detêm, respectivamente, 10% e 30% de seu arsenal.

A escolha do Nobel da Paz de 2013 foi recebida com surpresa, assim como ocorreu em 2012, quando a União Europeia ficou com o prêmio.

O diretor-geral da Opaq, Ahmet Üzümcü, afirmou que não esperava o resultado e ressaltou que o prêmio é um incentivo ao fim da guerra civil na Síria. "Espero que ele ajude nos esforços mais amplos para alcançar a paz no país e acabar com o sofrimento de sua população", disse.

TALEBAN FESTEJA

Curiosamente, os EUA e o grupo radical Taleban, inimigos declarados, celebraram a escolha. Os americanos, pela ação da Opaq na Síria --eles acusam o regime de Bashar al-Assad de usar armas químicas para matar civis.

Já o Taleban celebrou, por meio de um porta-voz, o fato de Malala não ter levado o Nobel. Em outubro de 2012, aos 15 anos, ela foi baleada na cabeça pelo movimento islâmico, devido à sua militância pelo direito das mulheres à educação. Seu nome era cotado para o Nobel, principalmente pelas imprensas americana e britânica.

A própria Malala se manifestou e parabenizou a Opaq em nota divulgada por assessores. "Gostaria de felicitá-los por esse reconhecimento global muito merecido. Continuarei lutando pela educação para todas as crianças, e espero que as pessoas continuem me apoiando na causa".

Como vencedora, a Opaq recebe uma medalha de ouro e um prêmio de 8 milhões de coroas suecas (R$ 2,7 milhões). O órgão disse que pretende investir o dinheiro internamente.


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