Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Rebeldes são acusados de massacre na Síria

Human Rights Watch apresenta relatório com primeiras evidências de que oposição cometeu crimes de guerra no país

Segundo a organização, ao menos 190 civis da minoria alauita, a mesma de Assad, foram assassinados em agosto

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A organização de direitos humanos HRW (Human Rights Watch) acusou ontem grupos rebeldes sírios de terem matado ao menos 190 civis em uma ofensiva contra povoados alauitas da província de Latakia, no noroeste da Síria, em agosto passado. Segundo o grupo, outras 200 pessoas foram feitas reféns.

De acordo com um relatório de 105 páginas divulgado pela HRW, os abusos cometidos durante a investida contra redutos de partidários do regime do ditador Bashar al-Assad podem ser considerados crimes de guerra e contra a humanidade.

É a primeira evidência de que esses tipos de crime foram cometidos por forças da oposição, que desde 2011 tentam tirar o ditador do poder.

Segundo o relatório divulgado ontem, os rebeldes entraram em 4 de agosto em cerca de dez localidades de maioria alauita (facção do islã xiita à qual pertence Assad).

Famílias inteiras foram executadas e entre os mortos há pelo menos 43 mulheres, crianças e idosos, de acordo com as investigações da organização.

Um morador da área relata que seu pai, de idade avançada, e sua tia cega foram assassinados em suas camas, enquanto ele e sua mãe fugiam da casa.

Ao todo 20 grupos insurgentes participaram da ofensiva e pelo menos dois deles --o Yeish al Muhayirin e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ligado à Al Qaeda)-- ainda têm reféns, sendo a maioria mulheres e crianças.

A HRW também cita entre os rebeldes que cometeram os crimes os extremistas Frente al-Nusra e Ahrar al-Sham, em um ataque "planejado e sistemático contra a população civil".

O texto detalha que, dos 190 mortos, pelo menos 67 foram assassinados de forma "ilegal". A maioria dos corpos apresenta marcas de tiros e punhaladas, e alguns estão decapitados.

A operação teve uma "clara motivação sectária", afirma o órgão, que registra em sua nota o assassinato de um xeque alauita e a profanação do túmulo de um religioso.

Latakia, no noroeste da Síria, é um das fortificações do regime de Assad e da minoria alauita. Os grupos rebeldes que participaram do massacre são sunitas.

Após intensos combates, as forças governamentais retomaram o controle da região no último dia 18.

A HWR pede a todos os países que têm influência sobre os grupos opositores armados da Síria que exerçam pressão para que eles suspendam os "ataques indiscriminados e desproporcionais" contra os civis.

A organização pediu ainda que os aliados dos rebeldes deixem de financiá-los.

Antes de denunciar os abusos da oposição, a entidade já havia documentado crimes de guerra e contra a humanidade perpetrados pelas tropas do regime sírio. Ela pede que os culpados se apresentem à justiça internacional.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página