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Análise - Síria

Oposição síria desconfia de conferência de paz

Fragmentação de forças anti-Assad levanta dúvidas se haverá interlocutor representativo em reunião de Genebra

PARA A MAIORIA [DOS OPOSITORES], A CONFERÊNCIA É SÓ UMA ARMAÇÃO PARA DAR A ASSAD, À RÚSSIA E AO IRÃ MAIS TEMPO PARA DERROTAR OS REBELDES

IAN BLACK DO "GUARDIAN"

A fragmentada oposição na Síria está sob crescente pressão para participar da conferência de paz em Genebra no mês que vem, ainda que as chances de surgir do encontro uma solução para a sangrenta guerra civil síria sejam diminutas.

Qadri Jamil, vice-premiê da Síria, disse na quinta-feira passada que o evento será nos dias 22 e 23 de novembro. A Liga Árabe confirmou que a reunião vai acontecer no dia 23 do mês que vem.

O problema é que as divisões na oposição agora são tão profundas que há sérias dúvidas sobre se será possível a participação de algum grupo opositor com credibilidade e representatividade.

EUA, Reino Unido, França e países do Golfo estão considerando um novo envio de ajuda e outros tipos de incentivo para assegurar isso. O coração do dilema da oposição em Genebra é o governo de transição e o papel de Bashar al-Assad nele.

O governo sírio disse que aceita participar da conferência sem impor precondições, mas há confusão em relação aos termos da proposta.

No mês passado, Jamil recuou da declaração, feita ao "Guardian", de que o governo ofereceria um cessar-fogo. Assad diz que está pronto para conversar com os opositores, mas não com "terroristas" --termo que usa, porém, para toda a oposição.

O principal grupo opositor apoiado pelo Ocidente, a Coalizão da Oposição Síria, disse que só irá à conferência se todas as partes concordarem que o objetivo do encontro é estabelecer um governo de transição. Assad, no entanto, não deu qualquer indicativo de que pretenda deixar o cargo antes do fim formal de seu mandato, em maio de 2014.

Na semana passada, a crise se aprofundou com o grupo Congresso Nacional da Síria anunciando que não irá à Genebra. Mais grave: vários grupos jihadistas e islâmicos, incluindo a principal formação de combatentes em terreno, disseram não reconhecer a Coalizão da Oposição Síria.

A fragmentação se junta à desconfiança. Para a maioria, a conferência é só uma armação de Assad, da Rússia e do Irã para ganhar tempo para derrotar os rebeldes.

Já opositores estabelecidos estão alarmados com o crescente sucesso da estratégia do governo sírio em apresentar o país como diante de uma difícil escolha: o regime de Assad ou colaboradores da rede terrorista Al Qaeda.


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