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Para apoiar Merkel, ex-aliado quer salário mínimo no país
Social-democratas alemães exigem piso de 8,50 euros por hora para formar grande coalizão com chanceler
Partido de Merkel foi o mais votado em setembro, mas precisa de opositores para ter maioria no Parlamento
Líderes do SPD (o partido social-democrata alemão) vão exigir o estabelecimento de um salário mínimo de 8,50 euros (R$ 25) por hora no país para formar uma coalizão com o partido da chanceler Angela Merkel, o CDU.
Em sua lista de dez exigências não negociáveis, estão também salário igual para homens e mulheres, maior investimento em infraestrutura e educação e estratégia comum para impulsionar o crescimento da zona do euro e do emprego.
"Vamos negociar até que surja um governo viável. Concessões serão necessárias. Mas o partido considera esses pontos não negociáveis", dizia a declaração do SPD.
Os democratas-cristãos de Merkel foram a força política mais votada nas eleições de 22 de setembro, mas, por poucos assentos, não conseguiram maioria parlamentar, o que os obriga a buscar um parceiro para uma coalizão.
Eles contam com uma aliança com a União Social Cristã, da Baviera, mas precisam também do apoio do SPD.
No entanto, o SPD está relutante e tenta evitar os erros feitos durante a chamada "grande coalizão" com Merkel (2005-2009). Depois desse período, os sociais-democratas tiveram o seu pior resultado eleitoral desde a Segunda Guerra.
"Agora eu posso garantir que não haverá um acordo de coalizão no qual nós faremos o oposto do que defendemos na eleição", disse o presidente do partido social-democrata, Sigmar Gabriel.
As negociações com o partido de Merkel devem começar na quarta-feira.
A instituição de um salário mínimo, hoje inexistente, é o ponto central do debate político na Alemanha e uma reivindicação dos partidos de esquerda no país.
Os cristãos-democratas de Merkel defendem pisos salariais regionais, negociados entre empregadores e sindicatos.
O SPD também vai exigir aposentadorias iguais para os idosos na antiga Alemanha Oriental e Ocidental e a possibilidade de dupla cidadania.
Não foi feita menção ao aumento de impostos para os alemães mais ricos, proposta defendida pelo SPD durante a campanha eleitoral, mas que a chanceler já rejeitou de forma categórica.