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Viúva do líder iugoslavo Tito morre aos 88 anos em Belgrado
Jovanka Broz vivia em isolamento desde o final dos anos 1970
Viúva do líder comunista iugoslavo Josip Broz Tito (1892-1980), Jovanka Broz morreu ontem aos 88 anos, de parada cardíaca, em um hospital de Belgrado.
Trinta e dois anos mais nova que Tito, ela viveu por três décadas uma vida de glamour como primeira dama da Iugoslávia --então formada por Eslovênia, Croácia, Bósnia, Sérvia, Montenegro e Macedônia.
O país era o mais próspero do leste europeu, querido pelo Ocidente e líder dos não-alinhados à União Soviética.
Jovanka era tida como modelo de elegância e frequentou jantares com Elisabeth Taylor e Richard Burton.
No entanto, três anos antes da morte de Tito, foi levada para uma prisão domiciliar em uma vila estatal em Belgrado, sem explicações nem documentos. Foi proibida de falar com o marido, mas continuou recebendo flores de aniversário até ele morrer.
Atravessou guerras civis na prisão domiciliar até que em 2009, seis anos após o fim oficial da Iugoslávia, recuperou os documentos.
Na época, declarou que foi retirada de casa em 1977 contra sua vontade, "de camisola, sem direito a levar uma foto nossa, uma carta, um livro, uma roupa". "Me colocaram nessa casa temporariamente', mas vivo aqui há quase três décadas", disse ela.
Nascida Jovanka Budisavljevic na Croácia, era militante comunista quando conheceu Tito. Depois virou sua assistente pessoal, até se casarem, em 1952. Tinha 28 anos, ele 60. Foi o terceiro casamento de Tito, e o único em que não teve filhos.