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Rabino e cadeirante lideram pesquisas em Buenos Aires

Sergio Bergman e Gabriela Michetti devem ser os mais votados nas eleições legislativas do próximo domingo

Os dois são filiados ao PRO, que emerge como alternativa aos partidos tradicionais, no governo há 30 anos

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

As eleições legislativas na Argentina no próximo domingo prometem consagrar como os mais votados na capital Buenos Aires um rabino e uma cadeirante.

Segundo pesquisa divulgada na sexta-feira, Sergio Bergman, 51, que concorre à Câmara, e Gabriela Michetti, 48, que disputa uma vaga no Senado, aparecem em primeiro lugar na corrida eleitoral portenha.

Gabriela, que ficou paraplégica em um acidente de carro em 1994, tem 38,3% das intenções de voto, contra 27,4% do segundo candidato, Fernando Pino Solanas (Unem). Já Bergman aparece com 33,1%, seguido por Elisa Carrió (Unem), com 32,6%.

Os dois favoritos são filiados ao PRO (Proposta Republicana), legenda do prefeito da capital argentina e pré-candidato à Presidência em 2015, Mauricio Macri.

"As pessoas buscam uma alternativa aos partidos tradicionais [peronismo-radicalismo] que governam o país há 30 anos, querem que resolvam seus problemas cotidianos", disse à Folha o secretário de relações institucionais do PRO, Fulvio Pompeo.

Tanto a legenda como seus integrantes são rotulados por alguns analistas como sendo de centro-direita. "Acho que tem a ver com o fato de o Mauricio [Macri] ser um ex-empresário, pertencer a uma família rica", diz Michetti.

Para o rabino Bergman, quem usa os termos direita e esquerda "não fala de política". "A Frente para a Vitória [coligação de Cristina Kirchner] tem esse nome e as pessoas pensam que é de esquerda, com todos respondendo a uma só pessoa [a presidente]. Isso parece o Exército", disse ele à reportagem.

O analista político Julio Burdman, da consultoria Analytica, acredita que a associação à direita se dá porque o partido costuma votar alguns temas de maneira conservadora.

É o caso da oposição de Gabriela Michetti à lei do casamento gay na Argentina. E da abstenção do bloco de deputados da legenda na votação da legislação de fertilização assistida.

Michetti, que foi vice-prefeita de Buenos Aires de 2007 a 2009, chegou a afirmar em entrevista ao jornal "La Nación" que, se um casal do mesmo sexo quisesse adotar um filho, "estaria tudo bem" se a criança estivesse em condição de abandono, já que era preciso pensar na discriminação que ela iria sofrer.

Depois dessa declaração e de se posicionar contra o aborto, a católica praticante passou a ser chamada nas redes sociais de Sarah Palin, a candidata conservadora à vice-presidência dos EUA em 2008. "Não me parece que ela seja uma Sarah Palin. Ela é moderada, não é conservadora", diz Burdman.

Bergman, que pertence à Congregação Israelita da Argentina, entrou para a vida parlamentar há dois anos, quando foi eleito deputado da cidade de Buenos Aires.

Famoso por suas críticas ao governo Kirchner --e também por usar uma quipá toda colorida--, é o primeiro rabino do país a disputar o pleito para a Câmara nacional.

"Não sou a favor de misturar religião e Estado e jamais propus isso. Mas sou a favor que nossos valores sejam colocados na política", diz.

"As pessoas confundem um rabino com um sacerdote. Mas não somos eclesiásticos, somos civis. E somos argentinos, precisamos participar das decisões."


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