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Cidade no norte da China tem dia de poluição recorde

Harbin registra nível de contaminação do ar 40 vezes o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde

'Abri a janela e não via nada', conta brasileira que mora lá; cidade é sede de uma fábrica de aeronaves da Embraer

MARCELO NINIO DE PEQUIM

"Arpocalipse".

A expressão criada para descrever os altos índices de poluição na China voltou a ser usada ontem, quando a cidade de Harbin foi coberta por uma névoa que reduziu a visibilidade a menos de 50 m.

Escolas, estradas e o aeroporto foram fechados. A cidade no extremo norte do país ganhou tons sombrios, registrando níveis de poluição 40 vezes o limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Foi a primeira crise ambiental do inverno chinês, tradicionalmente a estação mais poluída do ano, quando o mau tempo e o uso em larga escala de carvão para aquecimento piora drasticamente a qualidade do ar.

"Quando acordei, abri a janela de casa e fiquei chocada: não se via nada", contou a brasileira Gabriela Calderaro, 39, que mora há sete meses em Harbin com o marido, engenheiro na fábrica local da Embraer.

Gabriela faltou à aula de mandarim e passou o dia em casa, temendo acidentes de trânsito causados pela má visibilidade. Quando o marido voltou do trabalho, suas roupas tinham cheiro forte de fuligem, disse ela.

Harbin tem registrado temperaturas perto de zero grau. Por isso as autoridades começaram a acionar a calefação de residências e prédios públicos anteontem, semanas antes de cidades mais ao sul, como Pequim. Bastou um dia para a poluição ser recorde.

Segundo a agência ambiental do país, a concentração de partículas finas, as mais perigosas, chegou a 1.000/m³. O máximo recomendado pela OMS é 25/m³.

A baixa visibilidade levou ao cancelamento de ao menos 40 voos na cidade, de 11 milhões de pessoas.

"Todos os alunos chegaram atrasados à aula porque não conseguimos achar o prédio", contou um universitário no Weibo (Twitter chinês).

As cidades chinesas estão entre as mais poluídas do mundo, resultado de anos de negligência das autoridades com o meio ambiente, mais preocupadas com o crescimento econômico.

Mas a crescente insatisfação popular levou o governo a elaborar políticas para combater o problema.

No mês passado, as autoridades aprovaram um plano que inclui limites ao uso de carvão na indústria e a retirada de veículos altamente poluentes das ruas.


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