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Rabugento com a imprensa, ele era 'assim mesmo'

TETÉ MARTINHO COLUNISTA DA FOLHA

Não é que Lou Reed não tinha saco para dar entrevista. Ele era o pesadelo de um jornalista acordado.

Em 1989, participei de uma (sessão de humilhação) coletiva que reuniu Reed e correspondentes de veículos latino-americanos em Nova York.

O assunto era "Songs for Drella", uma delicada (e esquecida) coleção de canções que ele havia pouco compusera com John Cale em tributo a Andy Warhol.

Por 15 minutos que pareceram duas eternidades, Reed dedicou-se a desqualificar, detonar e sapatear sobre toda pergunta que lhe era dirigida, deixando claro, com grunhidos, que não estava à altura de ser respondida.

A imprensa latina foi pondo o rabo entre as pernas até que se fez um silêncio embaraçoso.

Não para ele, que, enfim sorrindo, disse adeus e foi-se embora.

Não me lembro quanta razão ele tinha para achar as perguntas péssimas; provavelmente, alguma.

Mas lembro da frase que a assessora da Warner repetia, à guisa de consolo, ao despachar a galera: "That's Lou" ("O Lou é assim mesmo").


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