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Líder supremo do Irã cobra aval interno a diálogo nuclear

Aiatolá Ali Khamenei diz que 'ninguém deve enfraquecer servidores em ação'

Negociações enfrentam oposição de clérigos e da Guarda Revolucionária, que teme perder seus privilégios econômicos

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, exigiu ontem das facções ultraconservadoras do regime que parem de tentar torpedear esforços do governo em busca de acordo nuclear com as potências.

"[Nossos] negociadores estão numa missão difícil, e ninguém deveria enfraquecer servidores em ação", disse a estudantes o aiatolá Khamenei, dono da palavra final no Irã, segundo a agência Irna.

Ele disse não estar "otimista" com as negociações, mas ressaltou que, independentemente do desfecho, o Irã "não sairá prejudicado".

O líder supremo indica estar jogando todo seu peso político em favor do presidente Hasan Rowhani, eleito em junho com a promessa de melhorar laços com o mundo para obter o alívio das sanções.

Os negociadores de Rowhani retomam nesta quinta-feira, em Genebra, conversas com o grupo conhecido como P5+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha). Ambas as partes haviam qualificado as discussões de "construtivas."

A Presidência iraniana se diz disposta a desacelerar e tornar mais transparente o programa nuclear de Teerã para dar garantias de que sua finalidade não é a fabricação da bomba atômica.

Negociações enfrentam resistência interna, principalmente da Guarda Revolucionária, que teme perder relevância ideológica e protagonismo econômico em caso de acerto com o Ocidente.

Alguns clérigos se opõem a concessões e acusam a equipe de Rowhani de querer levar o Irã à capitulação.

Em setembro, Rowhani foi alvejado por ovos e sapatos jogados por milicianos no momento em que chegava a Teerã após a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Os agressores alegaram estarem furiosos com o telefonema entre o presidente e Barack Obama. Foi o primeiro contato direto entre dirigentes dos países, rompidos desde que militantes sequestraram 52 americanos por 444 dias na Embaixada dos EUA em Teerã, num ataque que completa hoje 34 anos.

Ultraconservadores promovem nesta manhã manifestação antiamericana na frente da antiga representação, apelidada de "ninho de espiões" por ter servido de base à espionagem e atividades de sabotagem da CIA.

Em seu discurso, Khamenei disse que os militantes que tomaram a embaixada em 1979 anteciparam os escândalos da espionagem americana. "Há [34] anos, nossos jovens chamaram a Embaixada dos EUA de ninhos de espiões'. Isso significa que eles estavam [34] anos à frente do seu tempo."


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