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Análise

Cidade perde o medo de expor desigualdade e acolhe democrata

ED PILKINGTON DO "OBSERVER", EM NOVA YORK

Nas últimas semanas, "um conto de duas cidades" vem provocando reações em Nova York. É o slogan de campanha do democrata Bill de Blasio, provável vencedor das eleições de hoje.

Blasio adotou o título do livro de Charles Dickens para captar a frustração crescente com as desigualdades gritantes, onde os sofisticados arranha-céus do centro de Manhattan e os grandes bancos de Wall Street parecem zombar das dificuldades enfrentadas pelos nova-iorquinos dos bairros mais periféricos.

Michael Bloomberg, o bilionário prefeito atual, acusou Blasio de fomentar a "guerra de classes".

Joe Lhota, o candidato republicano, foi mais longe ao dizer que Blasio vai provocar um retrocesso rumo aos maus velhos tempos dos anos 1970, quando a cidade estava falida, a criminalidade corria solta e certas áreas eram perigosas demais para serem frequentadas.

Mas, para os moradores das periferias, essa briga política não faz sentido.

Um conto de duas cidades, sim --como se poderia imaginar que não fosse?

Em eleições anteriores para a prefeitura, falar de uma cidade dividida teria sido suicídio político.

A reputação pavorosa que Nova York tinha por sua criminalidade --o número de homicídios, alimentado pelo crack, chegou ao pico de 2.262 em 1990-- espalhou o pânico pelos cinco "boroughs" [distritos] e ajudou a impelir os eleitores de viés naturalmente democrata para os braços dos republicanos Rudy Giuliani e Bloomberg.

Duas décadas depois de o último prefeito democrata, David Dinkins, ter ocupado a Mansão Gracie, está claro que algo mudou, e Blasio pode evocar um conto de duas cidades sem medo de ser relegado ao esquecimento.


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