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Política de revistas policiais está no centro da disputa para prefeito

Reforma do programa é uma das principais bandeiras de Bill de Blasio, favorito na disputa em NY

Conhecida como 'stop and frisk' (pare e reviste), prática é acusada de violar direitos de minorias

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

O mexicano Sergio Palafox, 27, que trabalha como entregador de comida em Nova York, atrasou o jantar de um cliente de um restaurante tailandês há poucas semanas porque teve de parar no caminho para ser revistado e questionado por dois policiais.

Ao ouvir o comando para que parasse imediatamente, Palafox jogou sua bicicleta no chão e uniu as mãos, imaginando que seria algemado.

Não foi preciso. Após mostrar documentos e esperar por quase meia hora enquanto os policiais conversavam, o jovem foi liberado, acima de qualquer suspeita. "O policial branco foi rude. O outro, não. Mas tive medo."

A cena, presenciada pela Folha no bairro do West Village, atraiu a atenção de vizinhos, que criticavam entre si a aparente atitude arbitrária dos policiais.

Mas a ação tem fundamento legal em Nova York. Foi só mais um capítulo de uma novela que se estende há anos na Justiça e ganhou relevância na esteira da atual campanha para a eleição municipal.

A polêmica prática de revistas da polícia pode ser reformada nas mãos do próximo prefeito.

Conhecido como "stop and frisk" (pare e reviste), o programa foi considerado inconstitucional em agosto por violar o direito das minorias ao visar, principalmente e sem justificativa, negros e latinos.

Mas, na semana passada, um tribunal de apelação bloqueou a decisão e afastou a juíza responsável pelo caso, sob o argumento de que ela se manifestou sobre o processo enquanto o caso ainda estava pendente e teria sido parcial.

A juíza havia pedido uma reforma do programa e o uso de câmeras nas abordagens. Segundo ela, das 4,4 milhões de revistas entre 2004 e 2012, 80% foram de negros ou hispânicos, obrigados a levantar os braços para serem revistados em público. Ela diz que 90% dos revistados são inocentes, constrangidos em vão.

A controversa tática de abordagem foi implantada pelo prefeito Michael Bloomberg e é vista como parte importante de seu legado no controle de armas e na redução da criminalidade.

Nesta corrida para sua sucessão, o favorito para o pleito de hoje, o democrata Bill de Blasio, abraçou o tema como uma de suas principais bandeiras.

Em sua crítica implacável ao "stop and frisk", Blasio quer monitoria federal para controlar os abusos da polícia local e diz que vai substituir o chefe de polícia, Ray Kelly, assim que assumir o cargo. Seu rival, o republicano Joe Lhota, se opõe ao acompanhamento federal.

Lhota dedicou sua propaganda para sugerir que as políticas de segurança de Blasio vão fazer com que Nova York volte aos elevados índices de criminalidade de 1960 e 1970.

Cerca de 50% dos eleitores dizem acreditar que o próximo prefeito pode reduzir o "stop and frisk" sem elevar a violência armada, segundo o instituto Quinnipiac.

Procurado, o departamento de polícia não respondeu.


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