Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

'Acharão estranho eu ter sido tratado aqui', diz garoto

DO ENVIADO A SAFED

Ahmad, 15, se apoia na muleta para cruzar o pátio onde encontra a reportagem da Folha. Seu braço esquerdo é mantido imobilizado por pinos metálicos. A perna nesse mesmo lado foi substituída por uma prótese.

O membro mecânico será uma das lembranças que o garoto levará de volta ao retornar à Síria, após ter sido tratado por dois meses por médicos israelenses.

Será uma recordação física do tempo em que viveu no país que seu Estado considera como inimigo. De volta a sua casa, terá de explicar a história à família e aos colegas. "Vão achar estranho eu ter sido tratado aqui".

Tímido, Ahmad narra seus ferimentos, causados por uma explosão quando dirigia um trator com o irmão. Foram feridos por estilhaços e trazidos a Israel, inconscientes.

"Não tive opção. Não sabia aonde estava indo. Tive medo quando soube que estava em Israel, porque achava que os israelenses eram pessoas ruins. Hoje penso o oposto."

Ahmad diz que o processo de aceitar o tratamento ali incluiu o diálogo frequente com funcionários árabes, como o assistente social Faris, que não divulga o sobrenome.

"Quando ouvi pessoas falando em árabe, relaxei", diz. "É tudo muito diferente da Síria. A paisagem é outra, apesar de ser bonita."

O irmão já recebeu alta e foi levado de volta ao país. Seu retorno terá um resultado ainda incerto quando voltar ao território devastado pelo conflito civil. "Perdi muitas pessoas, incluindo primos de ambos os lados."

Ahmad deixará em Israel os amigos que fez nos corredores do hospital de Ziv, entre eles israelenses. "Vou sentir falta deles", diz.

O garoto diz que, caso haja paz entre Síria e Israel, ele pensa em voltar ao país. "Só para visitar. Não quero morar aqui. Prefiro a Síria." (DB)


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página