Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise atentados

Onda de ataques é alerta para líderes chineses

Invasão de praça em Pequim e explosões em sede regional do Partido Comunista revelam tensões étnicas e sociais

MINXIN PEI ESPECIAL PARA A FOLHA

Novembro supostamente é um mês auspicioso na China. O Partido Comunista deve realizar uma importante reunião na qual definirá os detalhes de um pacote de reforma econômica. Mas a ocasião foi maculada por dois ataques audaciosos a símbolos do Estado-Partido chinês.

O primeiro aconteceu no final de outubro na praça Tiananmen, em Pequim, quando cinco pessoas morreram após um carro invadir o local.

Os responsáveis, segundo o governo, seriam uigures, muçulmanos da província Xinjiang.

Anteontem, diversas explosões abalaram a sede do Partido Comunista na província de Shanxi. Uma pessoa morreu e oito ficaram feridas.

Os ataques expõem duas perigosas dinâmicas da instabilidade política. O que foi atribuído a terroristas uigures segue uma onda de violência étnica em Xinjiang.

Em abril, 21 pessoas morreram em um confronto, e outras 35 em um segundo incidente em junho.

O que vem exacerbando as tensões em Xinjiang é o ressentimento dos uigures contra o influxo de migrantes da etnia han (a etnia majoritária na China), a exploração dos ricos recursos energéticos da região e a falta de representação política.

No caso das explosões em Shanxi, os incidentes se assemelham a outros atos de violência perpetrados por cidadãos chineses comuns insatisfeitos com os dirigentes locais.

Tipicamente, essas vítimas de abusos oficiais de poder perderam suas casas, negócios ou empregos em razão da corrupção oficial.

Como o sistema judicial chinês não lhes oferece oportunidade de reparar os danos, algumas delas decidem tomar a lei nas próprias mãos.

Em julho deste ano, um homem revoltado explodiu uma bomba caseira no aeroporto internacional de Pequim (ainda que ninguém tenha saído ferido). Em junho, outro homem, aparentemente zangado com as autoridades locais, ateou fogo a um ônibus e matou 47 passageiros inocentes em Xianmen, uma cidade na costa sul chinesa.

Incidentes como esses representam claros sinais de alerta.

Ainda que seja improvável que o Partido Comunista venha a enfrentar um levante em massa no futuro imediato, as tensões étnicas e queixas sociais continuarão a ser seu mais crítico desafio de política interna por ainda muitos anos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página