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Falta de produtos bate recorde na Venezuela

Índice calculado pelo Banco Central aponta elevação da escassez; Maduro quer lei para enfrentar 'guerra econômica'

Óleo de cozinha e leite integral desapareceram das prateleiras; lojas de eletrodomésticos estão sob escolta de policiais

DE SÃO PAULO

"Não há escassez de nenhum alimento. Há pleno abastecimento", disse ontem Eduardo Samán, o czar dos preços na Venezuela, quando o índice que mede a falta de alguns produtos chegou ao máximo desde ao menos janeiro de 2009, segundo dados do Banco Central do país.

A taxa de escassez de outubro foi 22,4% na região metropolitana de Caracas, contra 21,2% do mês anterior e 16,1% em outubro de 2012.

O índice é medido com base na presença de produtos nas prateleiras --quanto mais próximo de 100%, mais escasso. O índice do óleo de cozinha, por exemplo, que virou artigo raro, passa de 99%.

Segundo o jornal venezuelano "El Universal", o problema é grave com o com o leite e a manteiga, que quase desapareceram das gôndolas.

Muitas vezes, os itens em falta são os de preço tabelado: empresários retiram a mercadoria das prateleiras como manobra de pressão para reajustar o valores fixados, como ocorria no Brasil da hiperinflação nos anos 80.

Em outras, os vendedores culpam gargalos na distribuição controlada de dólares --não têm como importar.

O tema irrita a população. Se faltam artigos nos supermercados, a busca pode ser maior nos pontos de venda subsidiados pelo Estado --alternativa contra inflação anual de mais de 50%.

A ofensiva de Nicolás Maduro desde a semana passada é um reforço na estratégia do governo de culpar os empresários pelos problemas.

Autoridades têm feito batidas nos últimos dias em armazéns liberando lotes de papel higiênico e leite.

Muitas operações contra lojas são lideradas por Samán, presidente do Indepabis (Instituto de Defesa das Pessoas no Acesso aos Bens). A menos de um mês das eleições municipais, as ações trazem alegria a consumidores, mas também alguma tensão.

Segundo a ONG Observatório Venezuelano de Conflitividade Social, de sábado, um dia após Maduro reduzir preços de eletrodomésticos, a ontem, houve 39 atos violentos contra lojas, incluindo 9 saques e 30 tentativas de saque. Em pontos d venda de eletrodomésticos, policiais e militares fazem escolta.

Ontem, lojas se anteciparam às inspeções para e se unir ao "saldão de Maduro". No shopping Sambil, em Caracas, a loja de sapatos Aldo baixou em até 60% os preços. Havia fila na porta, relatou o jornal "Últimas Notícias".

VOTAÇÃO HOJE

Maduro diz que para seguir combatendo a "guerra econômica" precisa aprovar na Assembleia a Lei Habilitante, que o autorizará a governar por decreto. A primeira votação da lei vai ocorrer hoje, segundo a agência oficial.

Para que isso ocorra, a bancada governista usou anteontem manobra, afastando do cargo uma chavista dissidente para que a Justiça, alinhada a Maduro, a processe por peculato. Em seu lugar, deve assumir suplente leal paradar ao governo quórum necessário para passar os "superpoderes legislativos".


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