Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Zelaya tenta volta ao poder com sua mulher

Xiomara, que acompanhou o marido durante refúgio na embaixada brasileira após golpe, é candidata em Honduras

Última pesquisa mostra empate técnico entre ex-primeira-dama e candidato governista nas eleições de hoje

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A TEGUCIGALPA (HONDURAS)

É por meio da candidatura de sua mulher que o ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya --que se refugiou na embaixada do Brasil em Tegucigalpa por quatro meses após ser deposto em 2009-- disputa hoje a volta ao poder.

Xiomara Castro, 54, é a candidata à presidência pelo Libre, novo partido de centro-esquerda que reúne movimentos sociais e políticos saídos do Partido Liberal (PL, centro), antiga sigla de Zelaya.

Com reduzida experiência política, ela ganhou projeção logo após o golpe. Participou de protestos e acompanhou o marido durante o refúgio na embaixada brasileira cercada por policiais e militares.

A afinidade de Zelaya com o venezuelano Hugo Chávez e o envolvimento direto do Brasil na crise hondurenha aproximaram o Libre da esquerda latino-americana.

Xiomara recebeu o apoio do Foro de São Paulo, que reúne siglas de esquerda da região, e de Lula, que gravou um vídeo pedindo votos para a ex-primeira-dama.

O Libre contratou ainda a Entrelinhas, agência de publicidade próxima ao PT que, na campanha, manteve uma equipe de quatro pessoas no país e se encarregou principalmente de produzir vídeos, segundo um membro da campanha de Xiomara.

Segundo a última pesquisa de opinião CID-Gallup, Xiomara (27%) está em empate técnico com Juan Orlando Hernández (28%), do Partido Nacional (PN, direita), correligionário do atual presidente, Porfirio "Pepe" Lobo.

Em seguida, aparecem o liberal Mauricio Villeda (17%) e o "outsider" Salvador Nasralla, fundador do PAC (Partido Anticorrupção).

O problema é que a pesquisa foi divulgada há um mês --depois disso, a lei proíbe novos levantamentos. Na ausência de números recentes, as campanhas de Xiomara e de Hernández asseguram, em conversas privadas, que ganharão com vantagem de cerca de dez pontos percentuais. Não há segundo turno no país.

MULTIPARTIDÁRIAS

As eleições deste ano têm como grande novidade o fim do bipartidarismo que dominou a política do país durante décadas, com o revezamento entre o PN e o PL.

"A presença de muitos candidatos demonstra que a cidadania transita para outros ideais políticos, saindo em parte do voto fiel, geracional, a um partido", disse a socióloga Martha Suazo, da Unah (Universidade Nacional Autônoma de Honduras), a mais importante do país.

Por outro lado, Suazo afirma que o potencial de conflito político está aumentando. "Era muito comum ver um filiado de um partido casado com uma filiada de outro partido. Mas isso mudou. Nós nos confrontamos muito em 2009 e estamos vivendo um momento que, espero, não seja permanente."

As eleições, que definirão ainda os novos membros do Congresso e prefeitos do país, ocorrem em meio a uma grave crise de segurança pública, rumores de fraude eleitoral e de protestos.

Anteontem, os supermercados de Tegucigalpa ficaram lotados de pessoas comprando alimentos para estocar.

"O risco de fraude existe porque, em Honduras, o Tribunal Supremo Eleitoral tem apenas magistrados que representam três dos nove partidos que participam nestas eleições", disse Carlos Reina, assessor de Xiomara.

A jornalistas estrangeiros, Hernández disse anteontem que confia no TSE.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página