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Mercado - em cima da hora

Índia ameaça vetar acordo agrícola na OMC

Alegando segurança alimentar, país asiático quer renovação automática de cláusula sobre estoque de alimentos

Dirigida pelo brasileiro Roberto Azevêdo, OMC tenta evitar fracasso ocorrido em 2008 por ação de Índia e EUA

RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO

A Índia ameaça vetar o acordo que vem sendo negociado para a conferência da OMC (Organização Mundial do Comércio) na próxima semana, em Bali, na Indonésia.

Chamado de "mini Rodada Doha", o acordo tiraria da inércia as negociações multilaterais. Se os países não se acertarem nem sobre os poucos assuntos tratados, a importância da OMC, hoje dirigida pelo brasileiro Roberto Azevêdo, será questionada.

Em reuniões que continuarão hoje, as demais delegações se esforçam para que os indianos não brequem o processo, que já avançou na facilitação do comércio e na promoção do desenvolvimento dos países pobres.

O representante da Índia já havia concordado com a chamada "cláusula da paz", que permitirá que países em desenvolvimento mantenham estoques reguladores de alimentos por quatros anos, sem enfrentar questionamentos.

Mas, na sexta, o premiê indiano Mammohan Singh afirmou que o país não pode aceitar o acordo. "A segurança alimentar da Índia não será ditada pelo exterior", disse.

"A cláusula de paz foi desenhada para a Índia. O que eles querem é um cheque em branco e isso não podemos aceitar", diz um negociador, sob condição de anonimato.

Segundo a Folha apurou, os indianos querem que a "cláusula de paz" seja automaticamente renovada em quatro anos, se não for encontrada uma solução para acomodar sua política de preços mínimos de produtos agrícolas, que beneficia 600 milhões de agricultores.

O tema é sensível para o governo indiano, que enfrenta eleições parlamentares em breve. Singh tem heterogênea coalizão, dependente do apoio de áreas agrícolas.

Azevêdo, que assumiu recentemente a OMC, está trabalhando para o sucesso da reunião em Bali. Sua equipe continua empenhada em fechar o pacote ainda nas reuniões preparatórias.

Na OMC, cresce a expectativa de que os indianos pressionem pela decisão. Em 2008, quando a Rodada Doha esteve prestes a ser fechada, Índia e EUA foram os responsáveis pelo fracasso.


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