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Líder oposicionista venezuelano diz ter sido alvo de ataque
Segundo Henrique Capriles, pessoas não identificadas tentaram incendiar ônibus com ele e sua comitiva dentro
Governador é chefe da campanha da oposição às eleições municipais; governo federal ocupa 5 filiais de rede de lojas
O principal líder da oposição na Venezuela, Henrique Capriles, acusou pessoas não identificadas de tentar pôr fogo no micro-ônibus no qual ele viajava com sua comitiva em Maracay, 100 km a oeste da capital do país, Caracas.
"Tentaram incendiar o ônibus que nos transportava em Maracay! Peço-lhes, mais que nunca, que votem no 8D", escreveu o oposicionista no Twitter, referindo-se à data das eleições municipais venezuelanas (8 de dezembro). No país, o voto é facultativo.
Governador do Estado de Miranda e candidato vencido por Nicolás Maduro, por estreita margem, no pleito presidencial de abril deste ano, Capriles é o chefe de campanha dos candidatos da MUD (Mesa da Unidade Democrática, a coalizão oposicionista) nas eleições municipais.
"Milhões de obrigados aos motoristas que resgataram o ônibus", prosseguiu o líder opositor em sua conta na rede social. "Vamos vencer os fascistas corruptos do governo com a força de milhões de venezuelanos cansados desse desastre", acrescentou ele.
Capriles não acusou diretamente o governo federal pelo ataque de ontem --mas, na semana passada, ele afirmou que Maduro tentava impedir seu apoio aos candidatos da MUD dificultando seus deslocamentos por via aérea.
No sábado, depois que o coordenador de viagens da campanha da MUD, Alejandro Silva, foi detido pela Inteligência Militar, o líder oposicionista desafiou Maduro a prendê-lo em vez de deter seus colaboradores. O governo alegou que Silva apenas foi chamado para "conceder entrevista" às autoridades.
INTERVENÇÃO
Ontem, resolução do governo da Venezuela oficializou a ocupação temporária de cinco filiais da rede de eletrodomésticos Daka, duas em Caracas e as outras nos Estados de Lara, Zulia e Carabobo.
Segundo a resolução, as cinco filiais da Daka serão administradas por um militar, o coronel Hermes Carreño.
Em 8 de novembro, Maduro havia ordenado a "ocupação" da rede, acusada de cobrar preços dez vezes mais altos do que os níveis considerados normais pelo governo. A medida resultou na detenção de gerentes e em saque a pelo menos uma das lojas.
Às vésperas da eleição do dia 8, o presidente já mandou prender "burgueses" e conseguiu aprovar a Lei Habilitante, que lhe permite governar por decreto por um ano.