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Trabalho infantil em campos de refugiados sírios preocupa a ONU

Mais da metade das crianças sírias na Jordânia e no Líbano não vão à escola, diz relatório

Estudo mostra ainda que mais de 3.700 menores que fugiram da guerra vivem sem um ou ambos os pais

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Relatório publicado ontem pela ONU informa que mais de 3.700 crianças sírias refugiadas nos vizinhos Jordânia e no Líbano vivem sem um ou sem ambos os pais.

O dado está em um estudo concluído no final de setembro deste ano, o primeiro do tipo a focar nas crianças. No total, foram quatro meses de pesquisa nos dois países, apesar de outros também hospedarem refugiados, em especial a Turquia e o Iraque.

A situação das crianças, que hoje representam 52% do total de refugiados sírios, preocupa as organizações humanitárias, já que muitas delas crescem sem acesso à educação e estão vulneráveis a abuso e exploração.

Quando a Folha visitou o campo de refugiados de Zaatari, na Jordânia, em setembro, diretores de escolas já reclamavam do baixo número de alunos.

De acordo com as Nações Unidas, a maior parte dos 680 pequenos estabelecimentos comerciais erguidos em Zaatari emprega crianças.

O relatório publicado pela agência de refugiados da ONU afirmava, ontem, que crianças a partir dos sete anos de idade têm trabalhado para sustentar famílias.

"Muitas das crianças literalmente não conseguem falar, porque testemunharam horrores que as afetaram demais", disse a porta-voz da ONU Roberta Russo à rede Al Jazeera.

Muitas crianças desacompanhadas tiveram os pais mortos ou detidos na Síria.

O país passa por uma grave crise, entre a insurgência contra a ditadura de Bashar al-Assad e a repressão do regime. De acordo com as estimativas da ONU, mais de 100 mil já morreram e de 2,2 milhões se refugiaram.

Como 77% dos nascidos em campos de refugiados não têm certidão de nascimento, eles também não têm acesso à educação formal. Mais de metade das crianças em idade escolar refugiadas na Jordânia e no Líbano hoje não vão à escola.


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