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Argentina vence concurso latino para miss transexual

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

Na primeira edição do concurso Miss Latinoamérica Trans, que aconteceu nesta semana em La Plata (a 55 km de Buenos Aires), na Argentina, nenhuma das candidatas revelou ter lido "O Pequeno Príncipe" nem contou qual sua música ou prato preferidos.

Teve até desfile com trajes típicos de cada país, mas, para vencer a disputa, as candidatas tiveram que responder a perguntas como "Quais direitos faltam serem conquistados pelos transexuais em seu país?".

Ganhou a argentina Sofía Serrano, 27, da cidade de Los Pirpintos, província de Santiago del Estero. Ela, que vive em Buenos Aires, disputava a faixa e a coroa de miss com finalistas de Equador, Panamá, Peru e Venezuela.

O Brasil teve uma participante que não foi para a final.

Sofia, ex-garota de programa, respondeu que os transexuais ainda são excluídos do mercado de trabalho na Argentina.

"Falei que a Argentina já evoluiu em muitas coisas na luta pela igualdade de gêneros, mas falta trabalho digno pra gente. Por isso, muitas amigas acabam indo trabalhar na rua, com prostituição, como aconteceu comigo", disse ela à Folha.

A nova miss, que faz cursos técnicos de moda --ela mesma desenhou o vestido de sua coroação--, conta que, além de malhar muito e fazer dieta para o concurso, frequentou as aulas sobre direitos humanos oferecidas às candidatas na Universidade Nacional de La Plata.

"No meu país eu já posso ter um documento com meu nome de mulher, as pessoas do mesmo sexo podem se casar, mas ainda falta muita coisa", afirma.

Como prêmio, ganhou uma viagem ao Uruguai e 3.000 pesos argentinos (R$ 1.140).

"Queríamos fazer algo diferente, que discutisse os direitos humanos e não repetisse os estereótipos. Não era o típico concurso de beleza com padrão 90-80-90 [as medidas em centímetro de busto, cintura e quadril das misses]. O importante era o debate", diz Claudia Vasquez Haro, presidente da Otrans (Organização Trans de La Plata), entidade que promoveu o Miss Trans.


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