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Clérigo brasileiro xiita que estudava no Irã é deportado

Paulistano Rodrigo Jalloul foi proibido de entrar no país sem explicações

Ele fazia curso religioso em Qom e havia obtido título um grau abaixo de aiatolá; governo não se pronunciou

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

O paulistano Rodrigo Jalloul, instalado no Irã desde 2007 e que havia se tornado o primeiro clérigo xiita brasileiro, foi deportado do país.

O incidente ocorreu em 1º de novembro, quando Jalloul, 27, desembarcou no aeroporto Imã Khomeini, em Teerã, voltando do Brasil. Funcionários da imigração o colocaram de volta no avião sem justificativa. O governo iraniano também não se pronunciou.

O setor consular da Embaixada do Brasil em Teerã diz não ter sido procurado.

Contatado pela reportagem, Jalloul confirmou a deportação e disse não saber por que foi impedido de entrar no país, onde segue formação teológica na Universidade Al Mustafá, na cidade de Qom (90 km sul de Teerã).

"Não tenho informação sobre o motivo. Nada está confirmado em relação à minha situação. Tenho recebido apoio da universidade, que me disse estar trabalhando para que eu possa voltar", afirmou Jalloul à Folha, por telefone, desde São Paulo.

Nascido de pai sunita de origem libanesa e mãe católica com ascendência espanhola, Jalloul converteu-se ao islã xiita aos 18 anos.

Após optar por uma carreira religiosa, foi o primeiro brasileiro a estudar teologia em Qom, que forma os mais altos clérigos da teocracia iraniana. Outros estudantes do Brasil seguiram seus passos.

Jalloul aprendeu o idioma farsi e recebeu, em março, o título de hojatoleslam, um grau abaixo de aiatolá, ápice da hierarquia xiita.

Ele pode usar turbante e tem autoridade espiritual para se pronunciar sobre questões religiosas e reconhecer casamentos, divórcios e enterros.

Oficialmente reconhecido como mulá (sábio religioso), Jalloul ministrava palestras em várias cidades iranianas.


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