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Cidade argentina enfrenta onda de saques
Criminosos aproveitam greve da polícia estadual para realizar furtos em Córdoba, segundo maior município do país
Violência deixa dois mortos e governo federal envia 2.000 homens para reforçar a segurança no local
A cidade de Córdoba, a segunda maior da Argentina, viveu uma onda de violência e saques entre anteontem e ontem. Duas pessoas morreram e 60 acabaram feridas. Ontem, as aulas e o transporte público foram suspensos e os bancos não abriram.
Os saqueadores se aproveitaram da greve da polícia estadual para realizar furtos em supermercados, concessionárias de motos, lojas de eletrônicos e eletrodomésticos e residências. Alguns locais chegaram a ser incendiados.
Depois de uma madrugada cheia de ocorrências, o governo da Província [Estado] chegou a um acordo com os grevistas e a paralisação foi encerrada. Os 7.000 policiais que estavam parados em um quartel da cidade voltaram às ruas.
A classe, que tem salário mínimo de 6.000 pesos (R$ 2.280), pedia para receber 13.000 (R$ 4.940). Pela negociação, a remuneração passará a ser de 8.000 pesos (R$ 3.040).
O governador de Córdoba, José Manuel de La Sota, afirmou que a polícia perseguirá "todos os delinquentes e saqueadores".
Durante a madrugada de ontem, La Sota usou o Twitter para criticar a Casa Rosada. O político disse que o governo federal não enviou reforços da força policial ligada ao Exército.
Ele escreveu para a presidente Cristina Kirchner, também usuária da rede social: "@CFKArgentina reiteramos pedido urgente de envio da força policial nacional a Córdoba. Os saques justificam uma resposta urgente".
Depois, o governador divulgou uma carta na qual publicou o telefone de vários funcionários do gabinete presidencial que não teriam respondido suas ligações.
Pela manhã, o governo anunciou que enviaria 2.000 homens para a cidade.
BARRICADAS
Durante toda a noite de terça, vizinhos e comerciantes fizeram barricadas para tentar evitar os furtos e roubos, a maioria realizada por quadrilhas.
Membros da torcida organizada La Gloria, do time de futebol Instituto de Córdoba, subiram armados no teto da sede do clube para evitar que o local fosse saqueado.
Enquanto isso, moradores da cidade que participaram dos saques usaram as redes sociais para exibir as mercadorias que carregaram.
Diversas pessoas publicaram fotos de roupas e comidas roubadas. Um dos usuários escreveu: "Com o que saqueamos temos comida para um ano todo".