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Atentados matam pelo menos 52 no Iêmen
Diferentes facções do poder no país negociam há meses o futuro após fim de ditadura
Um atentado a bomba contra um complexo do Ministério da Defesa do Iêmen seguido por um ataque de homens armados deixou ao menos 52 mortos ontem, em Sanaa.
Há seis médicos entre as vítimas, incluindo um venezuelano e um filipino, de acordo com informações da agência de notícias AFP, citando fontes médicas. Além deles, três médicos iemenitas e cinco pacientes foram mortos na ala hospitalar desse complexo.
Dois suspeitos foram detidos. Apesar de não haver confirmação, acredita-se que o braço iemenita da rede terrorista Al Qaeda seja responsável pelo ataque. A chamada Al Qaeda na Península Arábica é considerada pelos EUA como a franquia mais perigosa da organização. Entre as indicações de que o grupo terrorista está ligado ao atentado há o uso de lançadores de granadas e de carros-bomba.
O Ministério da Defesa do Iêmen foi alvo de ataques em outras ocasiões. Em setembro de 2012, o ministro Muhammad Nasser Ahmed sobreviveu a um atentado em que 11 guardas morreram.
Testemunhas do ataque de ontem narraram uma grande explosão nos arredores do bairro de Bab al-Yemen.
Após o complexo ser retomado pelas forças de segurança, o presidente Abd Rabbu Mansur Hadi visitou o local e pediu que haja uma investigação sobre o ataque. Um parente dele, que visitava um doente, também estaria entre os mortos.
DIÁLOGO
O Iêmen vive um delicado momento político, durante as negociações de "diálogo nacional", organizadas há meses para traçar o futuro após a deposição de Ali Abdullah Saleh, em 2012. Ele governou o país por 33 anos.
O Ministério do Interior proibiu temporariamente a circulação de motos na capital durante curto período, para evitar a tática de atentados e fuga no tráfego.
O governo interino do Iêmen lida com diversas crises internas, enquanto tenta conciliar as diferentes facções do país. Além disso, trata-se de um dos países mais pobres do mundo árabe, com frequentes cortes de luz e de água.
