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França quer resgatar boa parceria com Brasil

Hollande vem ao país para tentar recuperar relação estratégica que existia com Lula

IGOR GIELOW DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de perder terreno no governo Dilma Rousseff, a França tentará resgatar a parceria estratégica que marcou a relação com o Brasil nos anos da gestão Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

"Com a visita do presidente François Hollande, na semana que vem, queremos o relançamento da parceria estratégica com o Brasil", afirmou o embaixador da França no Brasil, Denis Pietton.

Hollande fará uma visita de Estado de um dia e meio a partir da próxima quinta, e assinará com Dilma acordos na área educacional (para ensinar francês a bolsistas pela internet, por exemplo) e tecnológica (como uma parceria para fabricação de satélites).

Nos anos Lula, a França tornou-se a maior sócia militar do Brasil, assinando acordos para a construção de submarinos, inclusive um nuclear, e helicópteros.

Não logrou, contudo, vencer a arrastada licitação para o fornecimento de caças à Força Aérea. Hollande, diz Pietton, obviamente tocará no assunto com Dilma, "mas não fará pressão".

A objeção de Paris ao acordo defendido pelo Brasil para o programa nuclear iraniano, em 2010, esfriou a relação. Com a posse de Dilma, em 2011, a política externa reaproximou-se dos EUA --tanto que a Boeing virou favorita para o negócio de mais de R$ 10 bilhões dos caças.

"Aquela fricção [do caso iraniano] ficou no passado", defende Pietton.

A França gostaria de dobrar o comércio com o Brasil até 2020, algo que o embaixador dizia achar "irrealizável" antes de assumir o posto, em julho. Neste ano, até outubro, os países negociaram US$ 8,5 bilhões, com um déficit para o Brasil de US$ 2,5 bilhões.

Na pauta está o incremento na área de energia. A petroleira Total será uma das operadoras do campo de Libra, e a gigante nuclear Areva vê demanda para quatro a oito novas usinas no país.

O otimismo é turvado pela realidade. Há dificuldades para o avanço de negociações bilaterais entre Mercosul e União Europeia. Para Pietton, há desconhecimento mútuo entre os blocos, mas ele crê que "agora é a hora de o Mercosul fazer uma proposta".

Hollande irá a Brasília e São Paulo, onde se encontrará com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo Pietton, o tema do cartel dos trens não será abordado. A francesa Alstom é uma das investigadas. "É óbvio que não é bom para a reputação [da empresa]", afirma.


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