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Batalha entre Índia e EUA quase provoca o fracasso da reunião

Ação de brasileiro que chefia OMC ajuda a pôr fim a impasse

DA ENVIADA A BALI (INDONÉSIA)

No fim da tarde de sexta-feira, no que era previsto como último dia da 9ª Conferência Ministerial da OMC, Anand Sharma e Michael Froman se abraçaram.

O ministro de Comércio da Índia e o representante comercial dos EUA comemoravam o primeiro acordo do sistema multilateral de comércio em quase 20 anos. Até ontem, não havia fotos oficiais do abraço histórico.

Sharma e Froman protagonizaram uma batalha duríssima, que quase transformou num fracasso a reunião de Bali, na Indonésia. No centro do debate, o programa de estocagem de alimentos dos países pobres.

O destino do sistema multilateral do comércio ficou nas mãos de quatro homens: Sharma, Froman, Roberto Azêvedo, diretor-geral da OMC, e Gita Wirjawan, ministro de Comércio da Indonésia e anfitrião do encontro.

Eles negociaram durante toda a madrugada de quinta para sexta. Azevêdo ofereceu duas opções, mas a Índia rejeitou ambas. Sharman deixou o encontro com uma frase enigmática: "Estes são tempos interessantes, mas mantenho o que disse". Ele se referia ao um provérbio chinês que indica que "as coisas não vão bem".

O acordo parecia perdido quando o embaixador indiano voltou. Ele ficou menos de cinco minutos na sala do diretor-geral, mas foi tempo suficiente para entregar a contraposta indiana. O mundo teve que esperar até o amanhecer para saber o resultado da consulta final de Sharma ao primeiro-ministro Manmohan Singh e à chefe do partido do governo, Indira Gandhi.

Após o abraço entre Sharman e Froman, o acordo estava ao alcance da mão. Azevêdo já havia sido aplaudido três vezes pelas delegações em uma reunião informal na sexta à tarde quando a pequena Cuba roubou a cena.

Os cubanos, com o apoio de Venezuela, Bolívia e Nicarágua, seguraram o acordo à noite toda para reclamar do embargo dos EUA. O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, tentou contornar a situação conversando com cubanos e americanos.

O impasse se resolveu com Azevêdo repetindo na declaração de Bali parágrafo que já havia sido adotado em outros acordos, que não muda nada, na prática, sobre o embargo cubano. Após atrair os holofotes e enfrentar os EUA, Cuba cedeu. O acordo foi assinado quase às 12h de sábado (2h em Brasília) após quase seis dias de negociações e madrugadas insones


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