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EUA punem firmas que negociam com Irã

Medida é anunciada ao mesmo tempo em que Casa Branca tenta convencer Congresso a não impor novas sanções

Acordo histórico sobre programa nuclear irá por água abaixo em caso de mais punições, diz o governo iraniano

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo dos EUA anunciou ontem punições contra mais de uma dezena de empresas e pessoas físicas acusadas de burlar as sanções contra o Irã existentes em razão do seu programa nuclear.

As punições foram divulgadas pelos departamentos de Estado e do Tesouro, ao mesmo tempo em que a Casa Branca tenta convencer o Congresso a não aplicar novas sanções contra os iranianos --o que faria ruir o acordo histórico entre Irã e potências, assinado em novembro.

A ação do governo congelou os ativos nos EUA de empresas do Panamá, da Ucrânia, de Cingapura e de outros países que são acusadas de fazer negócios com a transportadora estatal de petróleo do Irã. Elas também ficarão proibidas de negociar com companhias americanas.

Os EUA incluíram ainda na sua "lista negra" firmas acusadas de produzir material útil para a fabricação de armas de destruição em massa.

"Nós não impusemos punições só por punir", disse o chefe do setor de sanções do Departamento do Tesouro, David S. Cohen, a membros da Comissão de Finanças do Senado americano ontem.

"O objetivo das sanções sempre foi induzir uma mudança nos cálculos políticos por parte do governo do Irã e, assim, conseguir a força necessária para negociações sérias sobre o programa nuclear iraniano", acrescentou ele.

O anúncio do governo ocorreu um dia após o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o do Tesouro, Jack Lew, se reunirem com congressistas que vêm ameaçando aprovar novas sanções.

Pelo acordo firmado no mês passado na Suíça, os EUA se comprometem a não impor novas punições relativas ao programa nuclear iraniano por seis meses e a aliviar algumas das existentes.

Em contrapartida, o Irã não poderá lançar novas centrífugas, terá de ampliar a lista de instalações atômicas sujeitas a inspeções da ONU e de limitar o enriquecimento de urânio a 5% --índice que permite gerar energia, mas é insuficiente para produzir a bomba (grande temor de aliados dos EUA, como Israel).

Até a conclusão desta edição, o governo iraniano não havia se manifestado sobre as punições anunciadas pelo Departamento do Tesouro.

No início desta semana, o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, principal negociador de seu país nas reuniões que resultaram no acordo de Genebra, afirmou que o tratado estaria "morto" se o Congresso americano decidisse impor mais sanções.

AINDA EM VIGOR

Estima-se que o entendimento com o Irã tenha liberado para o país persa cerca de US$ 7 bilhões em pagamentos que estavam congelados.

Para evitar que os congressistas derrubem o acordo, porém, a Casa Branca frisa que a maioria das restrições a transações bancárias e à venda de petróleo ainda vigora.

O presidente da Comissão de Finanças do Senado, o democrata Tim Johnson, disse se opor a medidas mais duras contra o Irã agora.

"O pedido de pausa diplomática' do governo é sensato", afirmou.


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