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Jornalista chinês terá prova de marxismo

Para trabalhar, profissionais deverão ter conhecimentos sobre a teoria e mostrar obediência ao Partido Comunista

Críticas de repórteres da mídia estatal a decisões do governo podem ter levado ao aumento de restrições

MARCELO NINIO ENVIADO ESPECIAL A SHAOSHAN

Os jornalistas chineses que quiserem manter sua licença de trabalho terão que passar por um exame sobre os princípios do marxismo e como obedecer ao Partido Comunista no início do ano.

A nova regra está sendo apontada pelos jornalistas como mais um exemplo da escalada de restrições à liberdade de expressão no país desde a posse do atual presidente, Xi Jinping, em março.

Segundo o jornal estatal "Global Times", cerca de 250 mil jornalistas deverão ser submetidos ao exame entre janeiro e fevereiro.

Ele será baseado num manual de 700 páginas e exigirá ao menos 18 horas de treino, conforme recomendação da Administração Estatal de Rádio, Cinema e Televisão, o órgão de censura.

Entre as diretrizes que terão que memorizar estão: "É absolutamente proibido publicar reportagens ou comentários que vão contra a linha do partido". Ou: "A relação entre o partido e a mídia é a de líder e liderado".

As matérias do manual incluem ética jornalística", "socialismo com características chinesas", "perspectiva marxista do jornalismo", e "como prevenir boatos".

Para especialistas, alguns episódios em que jornalistas da mídia estatal criticaram decisões do governo podem ter levado as autoridades a aumentar as restrições.

No mais recente, em outubro, um jornal de Guandong, sul do país, pôs na primeira página um apelo à libertação de um de seus jornalistas, preso após fazer reportagem sobre fraudes numa estatal.

Dias depois, ainda preso, o jornalista teria admitido que as reportagens publicadas eram falsas.

VISTO

Enquanto aperta o cerco aos jornalistas chineses, o governo também aumentou a pressão sobre os correspondentes estrangeiros.

Os repórteres do jornal "New York Times" e da agência Bloomberg não recebem vistos há mais de um ano, desde que os dois veículos americanos publicaram reportagens sobre o enriquecimento de familiares do ex-premiê Wen Jiabao e do presidente Xi Jinping.

Ontem o governo da China aprovou a concessão de cartões de imprensa aos 14 jornalistas da Bloomberg e a alguns do "New York Times", mas todos correm o risco de serem expulsos do país ainda neste ano.

É o primeiro sinal de que eles poderão ter seus vistos de residência renovados para permanecer no país, após um tenso atraso que gerou atrito nas relações entre China e Estados Unidos.

Pelas normas chinesas, um jornalista estrangeiro só pode entrar com o pedido de renovação do visto de residência depois de receber o cartão de imprensa oficial, que é emitido pelo Ministério das Relações Exteriores.


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