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Para EUA, reação do Brasil a carta de Snowden é 'positiva'

Thomas Shannon, assessor de Kerry, elogia atitude do Brasil sobre documento divulgado nesta semana por ex-agente

Carta é parte de uma campanha para que o delator do esquema receba asilo; governo não deve responder

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

Thomas Shannon, assessor especial do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse ontem que a reação do governo brasileiro à carta de Edward Snowden ao povo do Brasil foi "positiva".

"Estamos engajados de maneira significativa, há vários sinais positivos pelo governo brasileiro, como a reação à carta de Snowden, o consenso na ONU, chegamos a um bom ponto", declarou Shannon, que era embaixador dos EUA no Brasil quando estourou o escândalo.

Snowden, que revelou o esquema de espionagem da Agência de Segurança Nacional americana (NSA), divulgou nessa semana carta que é parte de uma campanha para que o governo Dilma Rousseff lhe conceda asilo.

O governo, porém, disse que não responderá à carta, porque não contém um pedido formal de asilo.

Anteontem, a Assembleia-Geral da ONU aprovou texto apresentado pelo Brasil dizendo que é preciso proteger o direito à privacidade. O texto foi amenizado a pedido dos EUA, porém.

Em longa palestra no Wilson Center, um centro de estudos, ele disse que, por causa das denúncias de espionagem, "tivemos que desacelerar o que estávamos fazendo diplomaticamente", mas que as partes "convergentes da relação entre os dois países são mais importantes que as divergentes".

Shannon considera que as denúncias de espionagem "foram exageradas no Brasil por razões políticas, não pelos brasileiros, mas por aqueles que tomam conta' de Snowden" --referência ao jornalista Glenn Greenwald, que revelou o esquema, e a seu namorado, o brasileiro David Miranda, que lidera a campanha pró-asilo para o ex-agente da NSA.

Segundo Shannon, "o serviço de inteligência que o Brasil possui não é do tamanho das ambições globais do país. Para isso, serão necessárias mais parcerias. O Brasil vive em uma situação privilegiada hoje, sem inimigos externos, mas há muita gente interessada sobre o que acontece lá."

Ele discordou que a reação da Casa Branca à reclamação da chanceler alemã Angela Merkel foi mais enfática que a oferecida a Dilma.

"O tratamento que demos à Alemanha foi igual ao que demos ao Brasil. Os alemães caracterizaram o diálogo de uma forma que talvez a Casa Branca não concorde", disse.

RESOLUÇÃO DA ONU

Ainda ontem, o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, comentou a resolução antiespionagem aprovada pela ONU.

Para Figueiredo, o texto cria um compromisso entre os países para "fazerem uma revisão de seus procedimentos e legislação", classificando-o de um "marco muito importante".

A ONG Human Rights Watch também se manifestou sobre o tema, classificando-a como "um passo vital para estigmatizar a espionagem global indiscriminada", aproveitando para alfinetar os Estados Unidos.

"É lamentável que a proposta original [...] tenha sido enfraquecida pela insistência americana", diz a nota.


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